Amao foi uma das primeiras criaturas a surgir
no princípio do mundo. Era uma moça muito bonita. Ensinou aos indígenas camanaos, do rio Negro, o processo de fazer beiju, farinha de mandioca, farinha de tapioca e várias outras coisas, e então, desapareceu definitivamente.
A bela moça era uma linda e formosa India. Que ensinou variações com todos esses alimentos para todas as tribos quando elas estavam surgindo
Brandão de Amorim (Lendas em nheengatu e português, p.289), citado por Luís da Câmara Cascudo, no Dicionário do folclore brasileiro, registrou a seguinte lenda:
"No princípio do mundo, contam, apareceu entre outras criaturas uma moça muito bonita. Não sabia de homem, seu nome era Amao. Uma tarde, Amao foi para a beira do rio, aí sentou-se. No mesmo momento, passou por junto dela uma porção de peixe, pele deles, contam, brilhava de verdade. Ela meteu a mão no rio, pegou um peixe. O peixe fez-se forte na mão dela, pulou direto na sua concha, furou-a, depois tornou a saltar para o rio. Desde aí sua barriga foi crescendo, quando chegou madureza de sua lua, ela teve um menino.
A criança já tinha duas luas, quando a mãe dele foi pescar, de puçá, peixinho na cabeça da correnteza. O menino ela deixou deitado em cima da pedra. Já era meio-dia, Amao saiu, foi ver o menino, encontrou-o já morto. Carregou seu corpo que foi, chorou durante a noite; quando o sol apareceu, o menino falou deste modo: Minha mãe, repara como os animais e pássaros estão rindo de nós. Eles mesmos me espantaram para eu morrer. Agora, para eles não escarnecerem de ti, defuma-os com resina para virarem pedra. Assim somente ele falou. Já com a tarde, Amao enterrou seu filho, à meia-noite virou pedra todos os animais.
De manha, contam, cururu, cujubim, pássaro-pajé, lontra, estavam já de pedra. Cobra-grande, raia, taiaçu, tapir somente não viraram de pedra porque foram comer para a cabeceira. Amao voou logo para a cabeceira, passou em cima duma pedra grande, aí encontrou taiaçu e tapir dormindo. Amao surrou primeiro no tapir, depois surrou no taiaçu, morreram ambos. Depois retalhou o tapir, o taiaçu, jogou carne deles no rio, deixou somente uma coxa de tapir, outra do taiaçu em cima da pedra; aí as virou pedra.
Como cobra-grande e raia ainda estavam comendo no fundo d'água, ela fez um laço na beira do rio para agarrá-las. Já noite grande ouviu uma coisa batebatendo no laço, foi ver, encontrou a cobra-grande com a raia. Jogou nelas com resina, viraram de pedra imediatamente. Depois voltou para ensinar todos os trabalhos à gente da terra dela. Sentou um forno, mostrou como a gente faz beiju, farinha, farinha de tapioca, porção de coisas. Depois de ensinar tudo, Amao sumiu-se desta terra, ninguém sabe para onde!"
Aparência[]
Em alguns contos é dito que ela é uma bela linda, que com longos cabelos escuros. Ela sempre anda com um tipo de pergaminho em suas mãos
Referências[]
- http://bruxaguinevere.blogspot.com/2009/03/panteoes-brasileiros.html?m=1
- https://www.blogdaletrinhas.com.br/conteudos/visualizar/Livros-para-celebrar-o-folclore-brasileiro
- https://www.google.com/search?q=150+folclore+brasileiro&client=ms-android-om-lge&prmd=ismvn&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj3j6vao7roAhWSLLkGHRHJCfEQ_AUoAXoECA4QAQ&biw=320&bih=452&dpr=1.5
- https://www.agbook.com.br/book/216832--Uma_Viagem_atraves_do_Folclore_Brasileiro
- https://www.lendas-do-parana.noradar.com/
- Brandão de Amorim. Lendas em nheengatu e português, p.289
- Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954