Fantastipedia
Advertisement
305a1-br3 luciaaragao

imagem de Lúcia Araujo

Angoera, Angüera ou Generoso. Espírito amistoso que habita os pampas gaúchos. Angoera foi um índio guarani, de porte atlético, muito valente e corajoso. Era, no entanto, sisudo, tristonho e taciturno. Serviu como guia para os padres missioneiros ao virem do Uruguai. Mostrou-lhes os melhores sítios e auxiliou-os na construção de todas as igrejas dos Sete Povos das Missões. Os jesuítas o batizaram com o nome de Generoso. Após o batismo, seu temperamento mudou totalmente, tornando-se alegre, folgazão, doido por cantos e danças.

Certo dia, chamou o padre, confessou-se e morreu. Seu cadáver manteve a mesma fisionomia feliz que possuía em vida. Todos choraram sua morte, pois era muito estimado. Devido a alguma razão desconhecida, virou um fantasma. Desde então, sua alma se diverte pelo mundo, estalando o forro dos tetos ou as tábuas do assoalho, vibrando as cordas da viola, tremendo a chama das candeias e assobiando pelas frestas de portas e janelas.

Muitas vezes, sua presença é sentida nos bailes em forma de um sapateado ao ritmo da viola. Ninguém o vê, só suas pisadas são ouvidas. Outras vezes, sopra os seguintes versos -- sempre os mesmos -- no ouvido dos cantadores:

Eu me chamo Generoso
Morador em Pirapó
Gosto muito de dançar
Co'as moças, de paletó

Na língua guarani, angoera, significa o espectro, a alma penada, que não foi para o outro mundo e assalta os viajantes, assombrando-os. Contudo, o fantasma de Generoso não assusta ninguém e age mais como um velho amigo que vem visitar seus camaradas.

A história oficial é, na maior parte das vezes, construída somente sob o ponto de vista dos vencedores. Nessas situações, a memória dos derrotados refugia-se em lendas, mitos e causos. O mito do Angoera -- espécie de versão pacífica de Sepé Tiaraju -- é testemunha do episódio histórico de importância fundamental na formação do Rio Grande do Sul e construção da identidade gaúcha: os Sete Povos das Missões.

Chapeu de Sol[]

Em alguns contos dizem que ele costumava usar um guarda-sol de cabeça semelhante a um chapéus capaz de fazer grandes chuvas,

Referências[]

  1. Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954
  2. Luís da Câmara Cascudo. Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.254-256
  3. Mário Corso. Monstruário; inventário de entidades imaginárias e de mitos brasileiros. 2ª ed. Porto Alegre, Tomo Editorial, 2004, p.97-98
  4. Augusto Meyer. Guia do folclore gaúcho. Rio de Janeiro, Ediouro, sd, p.15-16
  5. https://nuhtaradahab.wordpress.com/2010/page/115/
Advertisement