Arranca-Línguas De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem. Segundo contam, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais, como bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente.
Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia.Embora o Mapinguary já tenha sido confundido com o Pé-Grande norte-americano, o Arranca-Língua que habita as matas ao longo do Araguaia é mais afim a sua contraparte yankee. Nem totalmente homem, nem completamente gorila, essa criatura apresenta características de ambos. Sua dieta peculiar lhe dá nome, alimentando-se das línguas de animais e homens.
Historia[]
As lendas estão presentes no cotidiano produzindo efeitos que associam a realidade com o sobrenatural. São histórias que contam e recontam, formulam e reformulam imagens, sentidos, projeções históricas e sociais que interpelam os sujeitos, constituindo-os pelo modo de dizer e redizer (n) vezes as lendas, sendo atravessadas pelo fantástico, pelo horror, pelo sobrenatural para produzir na maioria das vezes o medo. Lovecraft (1987) expõe que o medo faz parte do ser humano, uma emoção forte ligada, principalmente, ao desconhecido. Segundo o autor, [...] o conto de horror sobreviveu, evoluiu e alcançou notáveis culminâncias de aperfeiçoamento, fundado como é num princípio profundo e elementar cujo apelo, se nem sempre universal, deve necessariamente ser pungente e permanente para espíritos da sensibilidade requerida (LOVECRAFT, 1987, p. 10). Se o horror está ligado ao medo, o sobrenatural está ligado ao medo do desconhecido. Mesmo que os contos de horror não possam atingir a todos, há formas de significar que ainda encontram um sujeito interpelado por uma memória que o constitui, a partir da produção de sentidos, mas também dos sentidos silenciados, que o significam muito mais, que reverberam nos modos de contar uma história. Nessa perspectiva, discutir sobre as lendas da região é dizer de um lugar no qual o sujeito pode se identificar por esta memória, que dialoga, interpela, instala o medo do desconhecido a partir do conhecido, como se observam nas lendas analisadas.
Compreende-se assim que a lenda é significada pela ordem da Lei e da Cultura, através do efeito de uma “letra no inconsciente” (LACAN, 1998), um inconsciente coletivo, que ao contar a lenda já inscreve seu dizer numa relação com o grande Outro, interpelado pela moral religiosa. Nesse aspecto que o medo e o horror se instalam. Medo do sobrenatural, medo das consequências de ações que fogem de preceitos religiosos já estabelecidos históricos e socialmente. Isso tudo faz a lenda significar ainda na atualidade com efeitos moralizantes, através do horror, do medo, do sobrenatural. Dessa forma, com base nos estudos da Análise de Discurso de linha materialista, iniciada nos anos 60 por Michel Pêcheux, na França, e desenvolvida por Eni Orlandi no Brasil, questiona-se como esse atravessamento constitutivo das formações discursivas da moral, da religião (re) significam o horror e o sobrenatural nas lendas “Arranca-línguas”? Compreende-se que o sobrenatural faz parte da lenda produzindo efeitos moralizantes. Esses efeitos são atravessados por discursos, dizeres anteriores que significam os sujeitos por meio de uma memória coletiva, do inconsciente coletivo, e essa moral, que atravessa esses dizeres, mostra a contenção de desejos mais insidiosos postos em funcionamentos para serem negados através da moral religiosa. Por isso, o grande Outro interpela os dizeres mostrando os efeitos de controle que a lenda produz, ou procura produzir a partir do medo do desconhecido.
Lenda Alternativa[]
Um homem-macaco, de mais de quatro metros de altura, com longos e pelos escuros surge da árvore na beira da mata. Seus pés são grandes e quase não deixam pegadas, nem fazem barulho. Seu urro é assustador, mas ele quase não o usa. Essa criatura ganhou esse seu nome devido ao modo com que mata suas presas. O Arranca Línguas se alimenta somente desta parte do corpo. Suas principais vítimas são bois e cabras, mas costumam matar pessoas que entrem em seu território. Vivem em matas e cerrados, sempre próximos a regiões de criação de gado. São criaturas solitárias e seu território de caça pode se estender por mais de 100 léguas.
Apesar de selvagem, essa criatura é capaz de bolar planos e, quando nota que a presença de muitos viajantes em se território, costuma se transformar em árvore ou tronco caído perto de bons locais para acampamentos e esperar que o grupo acampe por ali, atacando-os no meio da noite, sem fazer qualquer barulho.
Quando estiver sozinho e terminar uma refeição, o Arranca Línguas costuma urrar de satisfação. Ele também usa esse urro gutural para deixar os viajantes invasores apreensivos no meio da noite.Há quem diga que essas criaturas são descendentes de um antigo ladrão de gado que foi amaldiçoado, mas não há certezas.
Até matar. O Arranca Línguas não se contenta em apenas em desmaiar um oponente. Ele continuará atacando até matá-lo e então arrancar-lhe a língua, devorando-a imediatamente. Ao enfrentar múltiplos alvos, é comum que agarre e golpeie um de cada vez, mas sua preferência é atacar inimigos que estejam dormindo, sem atordoando e mantando um de cada vez, sem acordar ninguém.
Alimento único. Essa criatura não precisa de nenhuma outra fonte de nutrição, exceto algumas poucas línguas por semana.
Arranca Línguas Monstruosidade grande, caótico e mau
Classe de Armadura: 14 (armadura natural)
Pontos de vida: 142 (15d10 + 60)
Deslocamento: 12 m, escalar 12 m.
FOR DES CON INT SAB CAR
21 (+5) 12 (+1) 18 (+4) 8 (-1) 11 (+0) 7 (-2)
Salvaguardas: For +8, Con +7
Perícias: Atletismo +8, Furtividade +4, Percepção +3, Sobrevivência +3
Sentidos: Visão no escuro 18 m; Percepção passiva 13
Idiomas: Nenhum
Desafio: 8 (3.900 XP)
Discurso[]
Compreender o que é efeito de sentidos é compreender que o sentido não está (alocado) em lugar nenhum mas se produz nas relações: dos sujeitos, dos sentidos, e isso, só é possível, já que sujeito e sentido se apresentam mutuamente, pela sua inscrição no jogo das múltiplas formações discursivas (que colocam em funcionamento as distintas regiões do dizível para sujeitos). As formações discursivas são diferentes regiões que recortam o interdiscurso (o dizível, a memória do dizer) e que refletem as diferenças ideológicas, a forma como as posições dos sujeitos, seus lugares sociais, aí representados, constituem sentidos diferentes. (ORLANDI, 2007a). De acordo com Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2011) a definição de lenda aparece com as seguintes acepções: “1. Tradição escrita ou oral de coisas muito duvidosas ou inverossímeis. 2. (Por extensão) Vida de santo. 3. (Figurado) História, modo de proceder, vida (de alguém). 4. Mentira.” Já o dicionário online de Português1 , define lenda como História de teor maravilhoso, fantástico ou mirabolante cujos personagens são seres sobrenaturais, geralmente contam ou tem como tema tradições populares, folclóricas: lenda do Curupira. Narrativa em que fatos históricos são deformados pela imaginação popular ou pela invenção poética. As lendas frequentemente contêm um elemento real, mas às vezes são inverídicas. História sobre alguém famoso, tendo em conta algo da sua vida ou personalidade, normalmente inventada pela imaginação popular ou pela imprensa: reza a lenda que Elvis Presley não morreu. Personagem digno de louvor pelos seus feitos e características: Michelangelo Antonioni é uma lenda do cinema. [Figurado] Qualquer história desprovida de verdade; mentira, engodo. [Figurado] História aborrecida, que causa tédio; lenga-lenga
Mitologia[]
De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem. Segundo contam, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais, como bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia.De acordo com as pessoas que já o viram, o Arranca Línguas seria como um grande Gorila, porém muito maior do que um Gorila ou um homem. Segundo contam, um dos seus principais alimentos é a língua, que pode ser tanto de animais, como bois, cavalos, cabras ou mesmo de gente. Costuma atacar suas vítimas à noite, matando-as e retirando-lhes a língua para comer, é por isso que recebe o nome de Arranca Línguas. Esta Lenda é muito comum no Estado de Goiás e na região do Rio Araguaia.
Aruana[]
Na região de Aruana, antigo porto fluvial do Araguaia, apareceu no gado uma peste aftosa, no ano de 1929, produzindo uma tremenda "comichão" na língua, que obrigava a rês a cortá-la com os dentes, esvaindo-se lentamente. A febre aftosa talvez atacasse mais esse membro do gado, por efeito de alimentação ou pela terra salitrosa dos barreiros. Surgiu, então, a lenda do arranca-língua. Cresceu, tomou proporções de calamidade, e chegou a doença a alarmar todos os pecuaristas do Centro Oeste. A endemia chegou até Caldas Novas, onde houve quem visse o arrancamento da língua materializar-se, por várias vezes e em vários lugares. Vulto de homem amacacado, cabeludo, tipo gorila, braços compridos, mãos grandes e cara chata. A crendice popular, pela sugestão, criou fantasias e diálogos, onde o monstro, com a voz muito fanhosa, pedia que não o atirasse: "Não me mate, vaqueiro, porque você virá arrancar língua em meu lugar". O vaqueiro teria perguntado: "Quem é você, macacão?" — Sou a personificação do castigo. Venho punir os ladrões de gado. Continuando o diálogo, teria o monstro explicado que fora também ladrão de gado nos Estados Unidos; e agora, tinha sido condenado a tomar a forma de monstro até cumprir a sina. E falando assim, andou de marcha à ré na direção da serra de Caldas Novas, sem se voltar, e desapareceu. Desde então, não houve mais arrancamentos. Este fato relatado em Goiânia para os pioneiros que ali se empenhavam nos serviços da edificação do palácio, foi levado ao conhecimento do dr. Joaquim Câmara Filho, que decidiu servir-se do acontecido para fazer a propaganda de mudança, atraindo a atenção do mundo para Goiás, usando o absurdo da história.
Nasceu daí o King-Kong. Colocou-o novamente no Araguaia, onde estaria desempenhando a sua missão contra os fazendeiros do Oeste da velha capital. Era tanta gente que ia ao Araguaia para ver e, se possível, fotografar o King-Kong, e tanta gente que já o tinha avistado, que tomou foros de verdade. Raro era o fazendeiro que não tinha perdido gado dessa maneira. Chegaram até a pedir providências ao ministro da Agricultura. Estes acontecimentos chegaram até 1935. Os que conseguiram entrevistar o King-Kong, informaram-me de que se tratava de um homem grosso, baixo, coberto de pêlos, escuro, não tendo semelhança alguma com o gorila africano. Operava desde a cabeceira do Xingu até perto de Goiás. Muitos garimpeiros e borracheiros tinham sido agredidos por êle. Um homem teve a cabeça arrancada e afincada em uma estaca, não cortada a instrumento, e sim quebrada a muque. Tal qual como fizeram com o general Moreira Cesar, em Canudos. Embora desmentido, cabalmente, e jamais provada por uma pessoa merecedora de fé, esta história despovou, por muito tempo, as praias do Araguaia, porque ninguém queria saber de encontros com o monstruoso King–Kong, ainda que fosse mentira. Os que o avistaram disseram que êle andava aos bamboleios, como o urso, e levando sempre uma língua sangrenta nas mãos. Os criadores pagavam guarda-noites para vigiarem as malhadas. O festejado poeta da velha capital, Omir Omá, sem favor algum o príncipe dos nossos vates, bom humorista e com um pouco de sátira escreveu num dos jornais da época o seguinte soneto: KING-KONG Feroz, cruel, terrível, monstruoso, De grande força e porte agigantado, O sertão de Goiás, misterioso, Habita o King-Kong tão falado. História ou lenda, o fato é curioso E parece bastante exagerado: É que vagueia a procurar o gado, Arrancando-lhe a língua, furioso. E por todo lugar por onde passa Assola o gado pela pastaria, Pelo prazer de línguas arrancar. Ah, se tal monstro por aqui passasse, Quantas línguas compridas tiraria! E quanta gente sem poder falar!
Habilidades[]
- Camuflagem na Floresta - O Arranca Línguas tem vantagem em testes de Destreza (Furtividade) feitos na mata.
- Monstro de Cerco - O Arranca Línguas causa o dobro do dano a objetos e estruturas.
- Audição e Olfato Apurados - Esta criatura tem vantagem em testes de Sabedoria (Percepção) que dependam da audição ou do olfato.
- Forma de Árvore - Durante o dia Arranca Línguas se transforma em uma árvore ou tronco caído. As estatísticas dele são as mesmas nesta forma, exceto pelas mudanças de deslocamento, que se torna 0. Qualquer equipamento que ele estiver usando ou carregando não é transformado. Ele reverte para a forma verdadeira ao morrer. Ele pode usar uma ação bônus para voltar sua forma normal.
Galeria[]
Referências[]
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CASCUDO, Câmara. Geografia dos Mitos. 1ª ed. São Paulo: Global editora. 2012.
LACERDA, Regina. Estórias e Lendas de Goiás e Mato Grosso. 3ª ed. São Paulo: Edigraf, 1997.
PESSONI, Arquimedes. Dona Benta, McLuhan e o chupa-cabras a força das lendas urbanas na Internet. Revista Internacional de Folkcomunicação, v. 3, n. 5, 2008.
SHARPE, Lawrence A. Dicionário do Folclore Brasileiro. 1955.
https://clubedeautores.com.br/livro/o-arranca-linguas
https://www.estadao.com.br/infograficos/cultura,como-o-folclore-conta-o-brasil,1264244
https://www.facebook.com/projetoforcabr/posts/688290911605024/
https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/linguas/
https://revistacomtempo.com/2019/08/23/episodio-5-as-lendas-folcloricas-que-voce-ainda-nao-leu/
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https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/linguas/
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http://portal-dos-mitos.blogspot.com/2015/02/arranca-linguas.html?m=1
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https://escolaeducacao.com.br/amp/5-lendas-da-regiao-centro-oeste/
https://quindim.com.br/blog/5-personagens-do-folclore-que-as-criancas-vao-amar-conhecer/amp/
https://quindim.com.br/blog/tag/camara-cascudo/
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http://centrooesteemevidencia.blogspot.com/2012/06/lendas-que-se-destacam-na-regiao-centro.html?m=1
https://www.sohistoria.com.br/lendasemitos/linguas/
https://twitter.com/i/events/1561696734769717251?lang=ar
https://revistacomtempo.com/2019/08/23/episodio-5-as-lendas-folcloricas-que-voce-ainda-nao-leu/