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Barqueiro do Paraíba12

Barqueiro do Paraíba é uma lenda antiga sobre um barqueiro que atuava às margens do Rio Paraíba na cidade. A história conta que não havia ponte sobre o rio e a travessia só podia ser feita de barco. Um homem enigmático que chegou à cidade começou a trabalhar levando passageiros. Ele não mostrava o rosto, estava sempre de costas e só falava para a pessoa subir no barco. Quem entrou na embarcação, nunca mais foi visto.

Quem conta essa história era o saudoso Newton Lacerda (1912/1992), pesquisador da história e também de lendas e causos de Pindamonhangaba. Segundo Lacerda, a Lenda do Barqueiro era de conhecimento dos pescadores profissionais de Pinda e foi um deles, chamado Amaro Izidoro da Silva (também há muito falecido), quem tinha lhe contado.

Há muito tempo, era ainda a segunda metade do século XIX, não havia nenhuma ponte sobre o rio Paraíba e a travessia era feita por um batelão num local onde o rio se estreitava, conhecido por Tetequera. O batelão era muito utilizado, principalmente por aqueles que vinham à cidade para fazer compras e comercializar aquilo que cultivavam e criavam em suas roças.

O responsável pelo serviço de travessia era o barqueiro Nhô Zé, um caboclo mestiço, mistura de índio com negro, morador num casebre à margem esquerda do Paraíba. Nhô Zé era um apaixonado por seu ofício. Sentia-se muito bem em proporcionar o ir e vir daqueles que vinham do sertão ou partiam da cidade. Vivia o pobre orgulhoso de seu trabalho até que um dia surgiu uma ponte. Construiram-na em frente ao Bosque da Princesa. Embora estivesse algo distante do batelão, a tal ponte foi culpada pela diminuição na procuras pelos serviços do barqueiro.

Nhô Zé, coitado, sentiu-se desprezado e também começou a se diminuir até se acabar de vez, tal e qual o serviço da travessia. Um dia, olhando o batelão, as canoas, os remos, os varejões, a corda e a carretilha tudo quieto, parado… abandonado, a tristeza foi tão grande que ele acabou fazendo a travessia, a inevitável travessia no barco da morte…

Algum tempo depois da morte do barqueiro começou a correr a notícia que o lugar onde antes ficava o batelão era mal assombrado. Canoeiros e pescadores que se aventuravam em passar pelo local à noite ouviam vozes, risadas, assobios, batidas de remos na água, resfolegar de montarias, cães latindo e som de carretilha correr pela corda de uma margem à outra… Era como se ouvissem o batelão fazendo a travessia. Só ouviam, porque ver, não viam nada… De repente toda a agitação desaparecia. Tudo retornava ao normal. Menos para quem tinha presenciado o fenômeno, esses ainda permaneceriam assustados… o batelão de Nhô Zé havia passado por eles.

Fontes[]

http://jornaltribunadonorte.net/noticias/lendas-e-causos-da-pinda-antiga/

https://www.google.com/search?q=Fara%C3%B3+de+Pinda&sxsrf=APq-WBtKtOIKp88tCLlTlXbeE6dqzGeRjQ:1644200841779&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwjo8PO4xez1AhUnGbkGHVpDArkQ_AUoAXoECAEQAw&biw=1366&bih=568&dpr=1


http://jornaltribunadonorte.net/noticias/causos-e-fatos-da-pinda-de-antigamente/


https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2019/10/31/no-dia-das-bruxas-g1-reune-lendas-de-terror-valeparaibanas-em-ilustracoes.ghtml

https://aventurebox.com/elas-outdoor/lendas-vale-do-paraiba

https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2019/10/31/no-dia-das-bruxas-g1-reune-lendas-de-terror-valeparaibanas-em-ilustracoes.ghtml

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