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Buopé 0002

Buopé, O Nobre Guerreiro é um personagem indigena presente na historia da saga dos tárias.A extraordinária saga dos índios tárias chega, agora, ao seu vibrante desfecho. Desta feita ficaremos sabendo como nossos ancestrais tornaram-se grandes conquistadores. O chefe da primeira expedição náutica dos tárias chamava-se originalmente Ucaiari, passando depois a ser conhecido por Buopé. Ele era um tuixaua, título supremo de um chefe tária, e havia chegado com seus homens numa jangada após navegar sem rumo pelo rio Negro. Ao colocar os pés em terra, o nobre guerreiro decidira se estabelecer ali. – Voltar como, se nem sabemos para que lado seguir? – dissera ele aos companheiros. Convicto disso, o chefe indígena mandou, então, construir uma aldeia e se autoproclamou senhor absoluto da terra, pois assim se fazia em toda parte nos dias antigos. Em três luas, a nova aldeia estava pronta.

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Mas não demorou muito e um dos tárias trouxe ao chefe esta péssima notícia: – Grande tuixaua, encontrei rastros de pés humanos próximos da aldeia! Imediatamente nasceu no peito de Buopé a certeza de que estavam sendo vigiados. – Vamos, então, espionar os espiões! – disse ele, tomando o seu tacape. Buopé não queria saber de ninguém mais em seus domínios, mesmo que já estivessem ali muito antes dele. Aquela terra, agora, pertencia aos filhos do Sangue do Céu.

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Após certificar-se de que as pegadas pertenciam aos membros de uma tribo vizinha, Buopé reuniu rapidamente os seus homens. – Alegrem-se, teremos guerra! – anunciou ele, e todos puseram-se a confeccionar grandes quantidades de tacapes, arcos, flechas, fundas e o restante de armas então usadas pelos índios. Uma lua depois, os tárias guerrearam contra os seus inimigos nativos, derrotando-os fragorosamente. Além de conquistarem mais uma boa porção de território, os filhos do Trovão conquistaram também uma porção de mulheres da tribo vencida. – Agora, já podemos multiplicar o número de tárias! – disse Buopé, em júbilo. Três anos transcorreram até que Buopé e os seus valorosos guerreiros pudessem entender a língua daquelas mulheres. Quando isso finalmente aconteceu, eles descobriram que outra porção da gente delas vivia num lugar não muito distante dali. – Levem-nos até lá! – ordenou o tuixaua às mulheres. Imediatamente, foi organizada uma nova expedição de conquista. Quando “fez mão de lua”, ou seja, dentro de cinco luas, Buopé e os seus chegaram ao

9. lugar. A batalha durou três dias, e ao cabo dela Buopé era, de novo, o vencedor. – Mais ventres para espalhar a nossa raça! – disse o chefe guerreiro, tomando para si outra vez as mulheres dos inimigos mortos. E assim o chefe tária foi conquistando todos os povos às margens do rio Negro, até tornar-se senhor absoluto da região. Quando seus filhos ficaram adultos, mandou-os irem guerrear contra as tribos de canibais acima e abaixo do rio. Buopé tinha o costume de, após matar os seus inimigos, ir até as margens do rio e cuspir dentro de um funil de folha. Depois, lançava-o correnteza abaixo, a fim de chamar magicamente a sua gente distante. Então, os anos se passaram e ele envelheceu, perdendo finalmente as forças. Uma noite, a Mãe do Sono lhe apareceu outra vez e o fez sonhar que tinha morrido. Buopé viu, por entre as névoas do sonho, que o seu corpo já não fazia mais sombra e que, ao redor dele, todos choravam. Era o aviso do fim. O nobre tuixaua reuniu seus filhos, deu-lhes as últimas instruções e, quando o sol surgiu, um beija-flor saiu de dentro do seu peito e disparou em direção ao céu. O corpo de Buopé foi enterrado numa gruta secreta, cuja localização permanece ignorada. Descendente algum recebeu autorização de ostentar o seu nome glorioso, e todo aquele que pretendeu utilizá-lo, mesmo sob formas disfarçadas e ridículas, sofreu a maldição implacável de tornar-se, por todos os dias da sua vida, um pobre-diabo fracassado e rosnador de maledicências.

Galeria[]

Fontes[]

https://www.google.com/search?q=konewó&client=opera&hs=cZZ&sxsrf=ALeKk021XVB-NxDjcDHfb6W8oVXRZiLe_A:1607407196538&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwj30tW32r3tAhWVHrkGHbAyDRAQ_AUoA3oECA4QBQ&biw=984&bih=658

https://www.slideshare.net/CatarinaCartaxo/100-lendas-do-folclore-brasilei-as-franchini-2

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