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Burro dos Olhos Vermelhos

Burro dos Olhos Vermelhos é um ser que aparece em mitos e contos no estado do Piauí. Nas zonas rurais piauienses existem histórias de pessoas más que foram condenadas a viver como bestas pelo fato de transgredirem normas de convívio social. É o caso da lenda do Burro dos olhos vermelhos, uma assombração surgida a partir de um castigo divino. A primeira dessas bestas teria surgido há muitos anos atrás, época em que viveu um rapaz que debochava da religião, da natureza, das pessoas e dos animais. Não sentia qualquer empatia por quem quer que fosse, e era desrespeitoso até mesmo com seus familiares, inclusive os seus próprios pais. Um dia passava pelas ruas próximas de sua casa uma procissão. O rapaz blasfemou, debochando dos fiéis e do santo, e, como castigo, foi transformado em um misto de homem e burro, com assustadores olhos vermelhos, de onde saltavam chamas infernais. Permanece assim o ano inteiro, vagando pelas matas do Piauí, e só nas noites de quinta para sexta-feira santa, pode assumir novamente a forma humana. Dizem que quando isso acontece, tenta voltar para casa, afim de viver como gostaria, ainda que por poucos instantes, mas, a cada tentativa, ao se aproximar da porta, transforma-se novamente na besta asnina, ocasião em que começa a urrar e correr feito louco, sendo enxotado pelos moradores que, outrora, foram sua família. Dizem que os poucos que olharam no fundo de seus olhos, enlouquecem ou morrem perdidos na mata, por isso qualquer um que der de cara com essa entidade deve evitar fitar seus olhos. A entidade também parece sugar as energias de suas vítimas, deixando-as fracas, fazendo com que desmaiem ou até mesmo morram. O burro é visto com maior intensidade no período da semana santa e próximo ao dia de finados, época em que o véu entre os mundos torna-se mais tênue e entidades sobrenaturais de todo tipo correm soltas pela terra. Dizem que existe uma forma de espantá-lo ou mandá-lo embora. Para tanto é preciso uma cruz de madeira, com uma vela acesa no meio dela e quatro dentes de alho, marcando os pontos cardeais por onde o burro vaga. Assim, o burro sai correndo em disparada, afastando-se imediatamente.

TEXTO: JOSÉ GIL BARBOSA TERCEIRO

FONTE[]

NOLÊTO, Rafael. A Magia das Palmeiras: Divindades da Mata de Cocais. Teresina: Clube de Autores, 2019.

QUEIROZ, Áurea. Lendas do Piauí. Teresina: Halley, 2013.

https://causosassustadoresdopiaui.wordpress.com/2019/05/18/o-burro-dos-olhos-vermelhos/

https://www.youtube.com/watch?v=0P_dLp4moaI

https://icebergcharts.com/i/Lendas_do_Folclore_Brasileiro

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