Cabocla de Caxanga ou Cabocla di Caxanga é uma personagem de musica brasileira de Joel Silveira.
Entrevista[]
Em entrevista a Joel Silveira, nos idos de 1940, Catulo da Paixão Cearense declarou-se "um sertanejo do sertão", ressaltando o mérito de saber descrevê-lo muito bem, apesar de não conhecê-lo. Parte desse mérito ele deveria creditar ao violonista João Pernambuco (João Teixeira Guimarães), com quem conviveu por diversos anos e que lhe forneceu, além de alguns temas musicais, um variado vocabulário sertanejo que usaria em seus versos. Um exemplo dessa colaboração é a composição "Caboca de Caxangá", que entrou para a história assinada apenas pelo poeta.
Inspirado numa toada que João lhe mostrara e que teria melodia do violonista, composta sobre versos populares, Catulo escreveu extensa letra, impregnada de nomes de árvores (taquara, oiticica, imbiruçu...), animais (urutau, coivara, jaçanã...), localidades (Jatobá, Cariri, Caxangá, Jaboatão...) e gírias do sertão nordestino, daí nascendo em 1913 a embolada Caboca de Caxangá, classificada no disco como batuque sertanejo. E nasceu para o sucesso, que se estenderia ao carnaval de 1914, para desgosto de Catulo, que achava depreciativo o uso da composição pelos foliões.
Caboca di Caxangá (batuque, 1913)[]
- Catulo da Paixão Cearense - Interpretação: Paulo Tapajós - Álbum: Luar do Sertão - Músicas de Catullo e Joubert (1972)
E------------------- C7------------------ Fm
Laurindo Punga, Chico Dunga, Zé Vicente
B7----------------------E
E esta gente tão valente / Do sertão de Jatobá,
C7----------- Fm
E o danado do afamado Zeca Lima,
B7-------------------------E
Tudo chora numa prima, / E tudo quer te traquejá.
B7------------------------E
Caboca di Caxangá, / Minha caboca, vem cá.
E---------- C7-------------- Fm
Queria ver se essa gente também sente
B7
Tanto amor, como eu senti,
E
Quando eu te vi em Cariri!
C7----------- Fm
Atravessava um regato no quartau
B7------------------------- E
E escutava lá no mato / O canto triste do urutau.
B7---------------------------E
Caboca, demônio mau, / Sou triste como o urutau!
E------------------- C7---------------------- Fm
Há muito tempo, lá nas moita das taquara,
B7--------------------------E
Junto ao monte das coivara, / Eu não te vejo tu passá!
C7-------------- Fm
Todo os dia, inté a boca da noite,
B7----------------------E
Eu te canto uma toada / Lá debaixo do indaiá.
B7----------------------E
Vem cá, caboca, vem cá, / Rainha di Caxangá.
E------------------ C7------------------ Fm
Na noite santa do Natal na encruzilhada,
B7--------------------------E
Eu te esperei e descantei / Inté o romper da manhã!
C7------------ Fm
Quando eu saía do arraiá, o sol nascia
B7-------------------E
E lá na grota já se ouvia / Pipiando a jaçanã.
B7--------------------------E
Caboca, flor da manhã / Sou triste como a acauã!
Fontes[]
http://daniellathompson.com/Texts/Le_Boeuf/cron.pt.17.htm
http://daniellathompson.com/Texts/Le_Boeuf/cron.pt.17.htm
https://imslp.org/wiki/Cabocla_de_Caxang%C3%A1_(Cearense%2C_Catullo_da_Paix%C3%A3o)
https://cifrantiga3.blogspot.com/2006/03/caboca-de-caxang.html
https://www.letras.mus.br/catulo-da-paixao-cearense/caboca-di-caxanga/
https://discografiabrasileira.com.br/fonograma/100611/cabocla-de-caxanga-caboca-di-caxanga