No idioma nheengatu, o sol é Coaraci, de coá, dia e ci, mãe. A mãe do dia, responsável pela luz diurna.
Segundo a classificação do indianista Couto de Magalhães, publicada em O selvagem, Coaraci, também chamado Quaraci, Guaraci, Coraci, Goaraci e Gorazi, é um dos três deuses superiores da teogonia tupi. Representa o sol, criador de todos os seres viventes e o encarregado de dirigir o reino animal. Sob seu comando, respondem diretamente o uirapuru, Jurupari e a Uiara. Sua irmã e esposa é Jaci, a lua.
Guaraci[]
É o Deus Tupi do Sol. Ele ajudou o pai a criar todos os seres vivos e é seu guardião durante o dia. Casado com sua irmã, Jaci, Guaraci passa a ela a responsabilidade de cuidar de todas as criaturas ao longo da noite. Ajudando seu pai, o deus Tupã, a criar todos os seres vivos, Guaraci é o deus do Sol na mitologia tupi-guarani. Guaraci é o guardião do dia e o responsável por vigiar e proteger todos os seres vivos ao longo do dia. Durante a noite esta tarefa é passada para sua irmã ou dependendo de algumas versões, sua esposa, a deusa da lua, Jaci.
Por ser o deus do dia, Guaraci podia intervir nas batalhas. As mulheres dos grandes guerreiros indígenas pediam sua proteção nas diferentes guerras entre tribos. Os indígenas caçadores pediam ao deus ajuda para obterem boas caças.
Lenda do Sol[]
Havia um tempo que só existiam estrelas pequeninas brilhando e iluminando a Terra, e com isso, apenas escuridão.
Certa vez, andando pela floresta, uma cunhazinha de uma pequena tribo se encantou por uma estrela especial. Ela se destacava de todas as outras devido à intensidade de seu brilho. Desde então, a cunhã passava horas olhando e dançando em homenagem a estrelinha.
Muitos dos índios de sua tribo acreditavam que ela estava provocando a ira dos deuses que davam comida e abrigo para a aldeia. Reuniram-se com o cacique e pais da indiazinha para discutir o que deveriam fazer, e decidiram que ela estava proibida de dançar, e se desobedecesse seria severamente punida, porque ela estava colocando em risco toda a aldeia.
De nada adiantou alertá-la, pois continuava dançando e desafiava a todos falando que aquela estrelinha ia crescer até ser capaz de iluminar tudo o que existia.
Irritado, o chefe da tribo expulsou-a da aldeia. A pequenina chorava muito, pois sabia que nunca mais veria sua família. No meio da floresta parou perto de um riacho e viu sobre a água a imagem da estrela. Com uma tristeza enorme, ela pulou de encontro ao reflexo e nunca mais submergiu.
A noite começou a virar dia. Os índios, assustados, cantavam e dançavam para seus deuses, procurando a salvação. Aos poucos, estavam suando, morrendo de calor e de sede. A estrelinha agora tinha um brilho tão forte que os índios que olharam para ela ficavam cegos.
Dizem que a pequena índia está com o astro rei. É só fechar os olhos quando o sol estiver bem forte e sentirá alguém passando por volta dele.
Essa é uma das lendas contadas pelos indígenas sobre o surgimento do Sol.
(Essa lenda nos foi lembrada por: Rafael Silva – Corporate - DF e Vanessa Marques – 2 de Julho - BA)
Extras[]
É preciso observar, no entanto, que esta sistematização proposta por Couto de Magalhães é questionada por diversos autores. Luís da Câmara Cascudo, em seu Dicionário do folclore brasileiro, adverte : "Não há vestígios que fundamentem a existência de um culto astrolátrico entre os indígenas do Brasil. Os indígenas nenhuma devoção possuiam para o sol."
Referências[]
- Couto de Magalhães. O selvagem. 4ª edição, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1940
- tura tupi-guarani, Guaraci, o deus Sol, é filho de Tupã. Ele ajudou o pai a criar todos os seres vivos e é seu guardião durante o dia. Casado com sua irmã, Jaci, Guaraci passa a ela a responsabilidade de cuidar de todas as criaturas ao longo da noite.
- https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-a-mitologia-tupi-guarani/
- https://m.youtube.com/watch?feature=youtu.be&v=3cc4pwVTE04&fbclid=IwAR3wnsjQazqx79zE9uHxtJFQ2p0a0CDlZlP2YeRMqBTxb_yNf-l6532GIRM
- Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954
- Osvaldo Orico. Mitos ameríndios e crendices amazônicas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira; Brasília, Instituto Nacional do Livro, 1975 (Retratos do Brasil, 93)
Fonte[]
https://www.facebook.com/donfoca/photos/a.257704940952542/6055954187794226