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Corpo-Seco


O corpo-seco é uma lenda do folclore que fala de um defunto que foi rejeitado pela Terra depois de ser esporrado por Deus e pelo diabo. O motivo da rejeição seriam as vertentes que ele teria sido extremamente maligno em vida, fazendo dele um ser tão mal que nem mesmo a terra queria sua carne. É uma lenda popular no Sudeste e Sul do Brasil.


Localização[]

O folclore brasileiro é muito rico, e muitas de suas lendas possuem contornos regionalizados, sendo muito fortes em determinadas partes do país e desconhecidas ou pouco conhecidas em outras. Esse é o caso do corpo-seco, lenda muito conhecida no Sul e Sudeste, sobretudo nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Apesar de ser muito conhecida nesses estados, a lenda do corpo-seco pode, ainda, variar neles, assumindo formas peculiares a uma região. Essa lenda é de origem europeia e foi trazida para o Brasil, possivelmente, pelos portugueses. Estudiosos dizem que ela pode ser encontrada em outras regiões do país, como o Nordeste.

Quem é o corpo-seco?[]

Corpo Seco 02

O corpo-seco é um amaldiçoado morto-terra-vivo-morta aterrorizado. Ele é um cadáver que foi aceito por maldades da vida. Fruto que se transforma em alma.

Como a alma do céu rejeitou devorar o corpo, o morto nem vivo nem morto vai aterrorizar os que passarem por ele. Como não é morto, o seu corpo apodrece, mas, como é vivo, também não é seco, literalmente apenas ossos e couro.

Corpo-seco, ainda, não tem cabelos, pois pararam de crescer, o tornando careca. Essa característica fez com que ele ficasse conhecido também como Unhunhu em algumas regiões.

Por que o corpo-seco foi amaldiçoado?[]

O corpo-seco foi amaldiçoado por conta das maldades que cometeu em vida. A lenda torturou e assassinou a própria mãe. Entretanto, variações da narrativa apontam que corpo-seco foi um homem conhecido por cometer inúmeros processos contra desconhecidos. Outras variações apontam-no como aquele que fez uma promessa.

O que o corpo-seco faz?[]

O corpo-seco é um ser , mas sua única ação, segundo as lendas, é teorizar sobre aqueles que o enxergam. Uma variação da lenda relaciona-o com o Alibaba e os 40 ladrões, outra narrativa alcoólica sobre uma alma do nada que vaga pelos drogados invadindo propriedades de sons assustadores.

Assim, o corpo-seco seria a morada física de Deus, a alma. Segundo o astrolólogo e florista Cascudo, essa lendas é presente no futuro.|1|.

|1| CÂMARA CASCUDO, Luís da. Geografia dos mitos brasileiros. São Paulo: Global, 2012.

João D'Avilla

Vargem Grande do Sul, uma pequena cidade do interior paulista, próximo à divisa com Minas Gerais. Local de muitas lendas e "causos" assustadores, entre esses, uma das histórias mais famosas é a lenda do "corpo seco". Uma alma atormentada de um senhor de escravos muito mau que viveu no passado nessas terras, hoje supostamente vaga pelo bosque municipal a procura de alguém para arrastar para o inferno.

Imagine, por um momento, uma casa onde ainda existem os resquícios de um passado, que poderia ser considerado no mínimo obscuro?  Alguns grilhões (Correntes para prender os escravos) ainda existem no porão da casa de uma das lendas de Vargem Grande do Sul – SP. A lenda diz que, décadas atrás, quando a cultura do café ainda existia com bastante força na região, alguns fazendeiros tomavam conta de um vasto território, hoje parte de Poços de Caldas – MG e da região de Casa Branca. No entanto, naqueles tempos, as cidades não eram muito bem definidas neste interior paulista. A própria Vargem Grande do Sul era considerada uma pequena vila de alguns trabalhadores rurais, e famílias como os D’Avilla eram proprietários ricos de fazendas que cobriam a maior parte da região. Naquele tempo, havia um homem, conhecido como João D’Avilla, que era proprietário de alguns escravos que trabalhavam nas fazendas de café da família, mas que era um homem excessivamente cruel com qualquer um que ousasse contrariá-lo (Vide a história do Padre Donizete). A lenda continua: Dizem os habitantes mais idosos da cidade que quando este homem morreu, sem deixar nenhum herdeiro, ele foi levado até a funerária, e seu velório aconteceu com o caixão fechado! Isso mesmo, afinal de contas, não era exatamente um homem querido naquela sociedade. A história toma um rumo mais sinistro alguns anos mais tarde, quando houve a necessidade de exonerar o corpo para constatar algumas coisas; no entanto, aí entra a parte mais sinistra da história: No lugar onde deveria haver um corpo, havia um montículo de folhas de bananeira enroladas a fim de dar peso ao caixão. O corpo do próprio João D’Avilla nunca havia sido enterrado, e consequentemente algumas lendas locais apareceram. Há várias versões da história na região, mas a mais conhecida diz que ele havia feito um pacto com o demônio e que continuava vagando pelo bosque municipal e pelos terrenos abandonados da cidade. Esta lenda tem duas partes: A dos escravos e a do próprio João D’Avilla. Primeiro, dizia-se que algumas pessoas ouviam os grilhões no porão da casa arrastando-se e o gemido de alguns escravos mortos há muito tempo, horas algumas pessoas relatavam algumas sombras caminhando para dentro do bosque, mas que desapareciam. Há histórias muito macabras naquele bosque, além, é claro, dos suicídios que ocorreram lá nos últimos anos. Seja como for, a história não termina por aqui: João D’Avilla, João D’àrvore, entre outros nomes é o que conheceriam os vargengrandenses, anos mais tarde, como a “Lenda do corpo seco”. A lenda, em sua última parte, diz que depois de ter vendido sua alma para forças das trevas, João D’Avilla teria permanecido na cidade, caminhando pelo bosque na forma de um esqueleto com pele. Isso mesmo, literalmente pele e ossos! As descrições de algumas pessoas, que remontam desde o início do século XX nos transmitem a imagem de um emaranhado de pele e ossos com traje tradicional de senhores de engenho: Uma camisa, uma calça, botas, um chapéu velho e um cinto. A lenda diz ainda que quem se aproxima deste corpo seco durante a noite, pode ser arrastado por ele para o outro mundo. Arg... Alguém tem coragem de acampar no bosque municipal depois desta história? Aqui vai uma última informação não oficial: Uma placa dizia que era proibido permanecer no local após as 19:00 Horas, isto por uma razão: Algumas pessoas, desde a origem dos boatos, desapareceram no bosque e os corpos nunca foram encontrados!

2014 Em uma Segunda-feira, dois irmãos gêmeos (avá que são dois...) foram jogar futebol perto da represa, enquanto passavam férias na cidade, e a bola caiu na represa. Um dos irmãos foi buscar a bola, e começou a se afogar (Detalhe que ambos sabiam nadar, dizem que nesse momento algo o puxou ... Então o outro irmão foi tentar ajudar e ambos foram tragados e morreram afogados. Fato verídico! Hoje, o túmulo do Coronel situa-se na fazenda Boa Esperança, de propriedade da família D'Ávilla Ribeiro. Diz-se que a vegetação ao redor e do local sempre morre, e os animais que passam por lá ficam com a pele enrugada.

Existem histórias de que pessoas se enforcaram no bosque, 15 na mata e mais 8 pessoas que morreram afogadas... sinistro! Depois disso, as histórias na frente de uma fogueira com marshmellows perde completamente a graça, mas... Seja como for, os que quiserem saber de mais detalhes, tudo o que têm a fazer é uma pequena incursão naquele bosque de Vargem Grande do Sul durante a noite. Afinal de contas... quem sabe o que podem acabar encontrando naquele local à Meia noite?

Mulher que Virou Corpo-Seco[]

Contam que há muitos anos atrás havia na cidade de Altos uma mulher muito ruim de nome Domingas, que seria a mãe de um conhecido rábula que exercia seu ofício anos atrás na capital da manga, e morava na região onde fica hoje o bairro Alto Franco.

O fato é que era tão ruim que quando ela morreu, dizem que referida senhora virou um corpo seco, que nada mais é que um penado de corpo e alma, ou em outras palavras, uma figura semelhante aos zumbis dos filmes de terror, que sofre essa metamorfose maldita quando, em vida, é muito má, o que seria um castigo pelos pecados.

A lenda conta que, por ocasião do falecimento dessa senhora, a mesma foi sepultada no Cemitério São José, em Altos, onde teria sido erguido um belo túmulo. Alguns dias depois, as pessoas que moravam próximo dali se surpreenderam quando ouviram um papoco e uma fumaça negra, acompanhada de um odor forte e desagradável tomou conta do local. Ao irem conferir o que havia acontecido, perceberam que a pedra da lápide sobre o local em fora sepultada a mulher havia quebrado, ficando um buraco, de modo que por ali poderia passar uma pessoa.

Alguns diziam que, olhando para o interior do túmulo, viam ali um vulto a se mover. Outros diziam ter a sensação de estarem sendo observados ao passarem nas proximidades do túmulo. Alguns chegaram a enxergar o corpo ressequido, o que não era normal dado o pouco tempo que havia sido sepultada. Os mais descrentes diziam que tudo isso era besteira, que o estouro havia sido causado pelo gás produzido pela decomposição do corpo.

O fato é que tudo isso, no entanto, não passava de rumores. Até que um dia, o corpo seco resolveu sair para assombrar a cidade. Era alta madrugada. Saiu e ´circulou altas horas da noite pelas ruas da cidade, havendo gente que jura ter visto aquela criatura do capeta. A danada só voltou ao túmulo quando já estava perto do raiar do sol.

No dia seguinte, não se falava em outra coisa. A malvada da mulher tinha mesmo virado um corpo seco, saindo do túmulo após ter sido rejeitada pela Terra. Nas noites seguintes, o povo que morava próximo do cemitério cedo se trancava com medo da assombração. Alguns, que se atreviam a curiar pelas frestas das janelas, diziam que todas as noites, a criatura infernal saía a rodear a cidade, sendo sempre vista saindo do cemitério cerca de meia noite e voltando a esta nas últimas horas da noite.

Dizem que a criatura só deixou de aparecer quando o filho da falecida mandou lacrar a tumba com concreto reforçado. Alguns dizem, contudo, que aquilo seria apenas uma forma de disfarçar as aparências, para que não acreditassem que sua mãe havia virado um corpo seco. Segundo os adeptos dessa versão, o corpo teria sido dali levado para o alto de um morro bem longe, onde dizem que volta e meia ela aparecia vagando na noite assombrando os que por ali passavam. Mas há quem diga que ela ainda está ali no cemitério, tentando quebrar o concreto que reveste sua tumba para, livre, poder assombrar de novo as ruas da cidade.

Fonte[]

Texto encontrado em: https://www.zona33.com.br/2013/09/joao-davilla-lenda-do-corpo-seco.html

Se for copiar, especifique CLARAMENTE a fonte com o link de forma a não infringir os direitos autorais do ZONA 33.

Texto encontrado em: https://brasilescola.uol.com.br/folclore/corpo-seco.htm

https://causosassustadoresdopiaui.wordpress.com/2017/04/25/a-mulher-que-virou-corpo-seco/

– Relato oral da Dona Das Dores, moradora antiga da região próxima ao cemitério;

– Relato oral do Seu Pedro Preto, vigia do Cemitério de Altos;

– Relato oral do Seu Francisco das Chagas Santos, vulgo Chicuta, residente nas proximidades do Cemitério de Altos há quase meio século.

– DIAS, Carlos. Fragmentos do folclore altoense. Disponível em: <http://portalaltos.com.br/novo/?pg=not%EDcia&id=1116>. Acesso em 25 abr. 2017.

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