As hamadríadas, hamadríades (Ἁμαδρυάδες, Hamadryádes, em grego) ou adríades ( Ἀδρυάδες, Adryádes, em grego) são ninfas que nascem ao mesmo tempo que as árvores e cuja vida está ligada à da própria árvore. Seu nome é um composto de háma, "ao mesmo tempo", "simultaneamente" e drys, dryos "árvore", "carvalho". Fazem corpo com o carvalho, isto é, estão incorporadas a essa árvore sagrada e participam de seu destino: morrem se ela for abatida.
O poeta Calímaco de Cirene (310-240 a.C.), no Hino a Delos, descreve a palidez e a angústia da hamadríada Mélia, quando um raio fulminou o carvalho à cuja existência estava ligada sua própria vida.
As hamadríades estão em festa quando as chuvas enviadas por Zeus tomam e encharcam os carvalhos e entram numa profunda depressão, quando, por falta das "águas do céu", suas árvores invioláveis perdem as folhas e ameaçam secar, o que põe em perigo a existência dessas ninfas.
Implacáveis com os que lhes cortavam as árvores sagradas, as hamadríadas freqüentemente pediam a determinados heróis que lhes salvassem as árvores que são sua própria vida [1].
O Banquete dos Sofistas, de Ateneu, lista oito hamadríades como filhas de Oxilo ("faia") e Hamadríade ("com o carvalho") que habitavam o monte Oita na Ftiótida:
- Karya ("nogueira", nome que abrange também a avelaneira e castanheira)
- Balanos ("bolota" ou "glande", fruto dos carvalhos)
- Kraneia ("corniso")
- Morea ("amoreira")
- Aigeiros ("choupo-negro")
- Ptelea ("olmo")
- Ampelos ("vinha", nome que abrange a videira silvestre Vitis silvestris, à briônia ou corriola-rosada Bryonia creticus e à uva-de-cão Tamus communis)
- Syke ("figueira")
Dafne[]
Dafne (do grego Δάφνη,Dáphnê, "loureiro"), náiade filha do deus-rio Peneu e da náiade Creusa, também se tornou uma hamadríade.
Eros, que estava aborrecido com Apolo por este zombar de sua habilidade com o arco e se dizia incomodado por sua cantoria, pregou-lhe uma peça, ferindo-o com uma flecha de ouro, que provoca o amor, enquanto a ninfa era atingida por uma flecha de chumbo, que causa repulsa.
Perseguida por Apolo e cansada de fugir, Dafne pediu ao pai que a livrasse de tal situação. Peneu, então, a tranformou em loureiro, árvore que foi consagrada a Apolo. Desde então, o deus sempre trouxe consigo uma coroa de louros.
Uma variante menos conhecida, reportada por Partênios de Nicéia, faz de Dafne uma filha de Amiclas que praticava a caça na Lacônia e era devota de Ártemis e, portanto, da castidade. Um jovem chamado Leucipo, apaixonado, disfarçou-se de mulher para ser admitido na companhia de Dafne. Apolo, também apaixonado por Dafne e ciumento do privilégio que Leucipo conquistou com seu subterfúgio, inspirou às caçadoras o desejo de se despir para tomar banho. Leucipo foi obrigado a revelar sua masculinidade e massacrado a golpes de dardos, enquanto Dafne foi transformada em loureiro por Zeus.
Referências[]
- ↑ Junito de Souza Brandão, Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia Grega, Vozes, Petrópolis 2000