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Ibeji

Ibêji

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Os Ibêji, como gêmeos masculinos

Ibêji (do iorubá Ìgbejì, "gêmeos") é o protetor dos gêmeos. Dá-se o nome de Taiwo ao primeiro gêmeo a nascer e o de Kehinde ao segundo. Cada gêmeo é representado por uma imagem. Os Yorùbá colocam alimentos sobre suas imagens para invocar a benevolência de Ìbejì. Os pais de gêmeos costumam fazer sacrifícios a cada oito dias em honra ao Òrìsà.

O animal tradicionalmente associado a Ibêji é o macaco Colobus polykomos, ou "colobo real". Pelas manhãs eles ficam acordados em silêncio no alto das árvores, como se estivessem em oração ou contemplação, daí serem considerados mensageiros dos deuses, ou capazes de escutar os deuses. A mãe colobo quando vai parir, afasta-se do bando e volta apenas no dia seguinte das profundezas da floresta trazendo seu filhote (que nasce totalmente branco) nas costas. O colobo é chamado em iorubá de edun oròòkun, e seus filhotes são considerados a reencarnação dos gêmeos que morrem, cujos espíritos são encontrados vagando na floresta e resgatados pelas mães colobos.

Ibêji no Novo Mundo[]

Ibêji é formado por duas entidades distintas e indica a contradição, os opostos que coexistem. Por ser criança, é associado a tudo que se inicia: a nascente de um rio, o germinar das plantas, o nascimento de um ser humano.

As pessoas do candomblé freqüentemente temem Ibêji. Poderoso como todo orixá, a criança-divindade, entretanto, entende os pedidos de maneira simplista, o que pode levar a conseqüências imprevistas. Por outro lado, têm a reputação de ser extremamente fiel às pessoas que conquistam sua confiança.

No dia de Ibêji, 27 de setembro (o mesmo de São Cosme e São Damião, com os quais é sincretizado), é costume as casas de culto abrirem as portas e oferecer mesas fartas de doces e comidas para crianças, elevadas à condição de representantes do orixá na terra. Qualquer participação de Ibêji em cerimônias dá um toque alegre e inconseqüente a ela, sendo freqüente que as comidas ritualísticas a ele oferecidas recebam enfeites como fitas de cetim em cores vivas. A Ibêji se oferecem prendas de todas as cores e as roupas de seus filhos, em cerimônia, são multicoloridas. São homenageados aos domingos, recebendo como comidas rituais doces, bolinhos, balas, caruru de quiabos e vatapá. A ele são sacrificados frangos e frangas de leite. A saudação ao Ibêji é "Bejé ó ró! La ô!"

Seus filhos são pessoas com temperamento infantil, brincalhonas, sorridentes, irriquietas, de muita energia nervosa. Como marca física, aparentam menos idade do que realmente possuem. São muito dependentes em seus relacionamentos emocionais, quase sempre teimosos e possessivos. Ágeis no caminhar, não têm paciência para ficarem parados por muito tempo. Odeiam profissões burocráticas e preferem esportes por meio dos quais descarreguem energia e possam competir, ou carreiras que possibilitem algum prazer lúdico. São muito cativantes e carinhosos, com uma sensibilidade à flor da pele. Magoam-se com facilidade, exageram as contrariedades e agressões que recebem e se deixam levar por mal-entendidos. Gostam das vinganças, que costumam ser rápidas e esquecidas. Tendem a simplificar as coisas, rduzindo o comportamento dos outros a princípios simplistas como "gosta de mim - não gosta de mim". Como a maior parte das crianças, gosta de estar em meio a muita gente.

Ibêji na Umbanda[]

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Cosme, Damião e Doum, em representação umbandista

Os Ibêji nem sempre são conhecidos na Umbanda por esse nome, mas sua influência está presente na forma do culto às "crianças", erês ou ibejadas, símbolos de alegria, fertilidade e inocência. São tidos por renovadores dos sentimentos, que por meio da pureza e simplicidade, suavizam a alma e "adoçam a vida", dando balas aos que os consultam em busca de cura ou orientação espiritual. A linha das crianças ou dos erês é também conhecida como linha de Yori.

São sincretizados com São Cosme e São Damião. Segundo a lenda católica, eram irmãos, possivelmente gêmeos, mas a tradição da umbanda os faz trigêmeos e acrescenta um terceiro irmão, Doum, que faleceu ainda pequeno. Cosme e Damião tornaram-se médicos que socorriam os pobres e as crianças abandonadas e infelizes. Cada um dos três é líder de uma das falanges de Yori ou Ibêji na crença umbandista.

Referências[]

  • Carlos Lombardi, Os Orixás, edição especial de Homem, Mito e Magia, São Paulo: Editora Três
  • Wikipédia: Ibeji [1]
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