Os jötnar (singular jötunn, feminino gygjur, singular gýgr) são entidades de enorme força física da mitologia nórdica, que desafiam os Ases (Æsir) e Vanes (Vanir). O termo é geralmente traduzido como "gigantes", mas pelo seu papel mitológico de rivais, ancestrais e esposos de deuses, os seres da mitologia grega com os quais têm mais analogia são os titãs. Outros nomes pelos quais são conhecidos são risar (singular, risi) e þursar (singular þurs, feminino þursa-meyjar). A forma inglesa é jotunar, singular jotun.
Jötunn ( do proto-germânico *etunaz) pode ter a mesma raiz do inglês "eat" (proto-germânico *etan) e ter o significado de "papão", "glutão" ou "canibal", provavelmente no sentido de personificar as forças destrutivas da natureza. Þurs pode estar relacionado ao inglês "thirst" (sede) ou "sedento de sangue". Risi está provavelmente relacionado a "rise" e, portanto, significaria "imponente", "altaneiro" (cognato do alemão Riese, holandês reus, e sueco arcaico rese, "gigante"). A palavra jotun sobrevive em norueguês moderno com o sentido de "gigante" (embora sejam mais comumente chamados trolls) e evoluiu em jätte e jætte em sueco e dinamarquês. Em islandês moderno, jötunn manteve o significado original. Em inglês antigo, o cognato de jötunn é eoten, do qual deriva o inglês moderno ettin. O inglês antigo tinha também o cognato þyrs, de igual significado.[1]
Os jötnar viviam em Jötunheimr, um dos nove mundos da cosmologia nórdica, separado de Midgard, o mundo dos humanos, por altas montanhas ou densas florestas. Outros lugares mitológicos estão também associados a eles, inclusive Niflheimr, Utgarðr e Járnviðr.
Todos os jötnar são considerados descendentes de Ymir através de Bergelmir, o único de seus descendentes que sobreviveu quando Odin, Vili e Vé mataram Ymir e seu sangue inundou Niflheim. Sua relação com os humanos e os deuses é ambivalente. Às vezes são agressivos e aterrorizantes, outras vezes, benévolos e hospitaleiros. Suas principais ocupações, quando não estão brigando, é construir, festejar e beber.
Geralmente são descritos como enormes, humanóides e rudes, mas outras vezes os mitos os descrevem como de tamanho compatível com o dos deuses e humanos. As gygjur são tidas como belas e freqüentemente tornam-se esposas de deuses.
Conhecem-se as seguintes classes de jötnar:
- Hrímþursar, Hrimthursr, ou gigantes da geada, cujo rei é Kári ("Ventania"); seus filhos são Bel ("Tempestade") e Thiassi ("Gelo"), sua filha é Skadi ("Inverno"). Vivem em Niflheim, um mundo de brumas, frio e gelo.
- Þursar, Thursar, ou gigantes do gelo, cujo chefe é Thrym ("Geada"); seus filhos são Drifta ("Avalanche"), Frosti ("Frio"), Johul ("Glaciar) e Snoer ("Neve").
- Gigantes das montanhas, que costumam tomar os nomes das montanhas e penhascos onde vivem, como Senjemand. Subdividem-se em:
- Bergbui, "moradores das montanhas", cujo chefe é Bergjarl, "Senhor das Montanhas".
- Bergriser, "moradores dos penhascos".
- Gigantes da água, Grendel, Gymir e Mimir, descendentes de Aegir ou Hler.
- Muspeli ou gigantes do fogo, cujo rei é Surtr ("Negro", chamado Surt no Götterdämmerung de Wagner), sua rainha é Sinmara (Sinmore, em Wagner); outro deles é Fornjótr. Vivem em Muspelheim e estão destinados a desencadear a destruição final do mundo incendiando a árvore cósmica Yggdrasil no final do Ragnarök, quando os gigantes de Jotunheim e as forças de Hel se unirão contra os deuses. Os gigantes de fogo cavalgarão grandes cavalos e queimarão Midgard, matando quase todos os humanos, a alguns deuses e a si mesmos. Sobreviverão apenas um homem e uma mulher, postos por Odin em uma grande floresta que não queimará.
Notas[]
Referências[]
- Carol Rose, Giants, Monsters & Dragons, New York: Norton, 2001.