Fantastipedia
Advertisement
Jacurutu 1

A Jacurutu (Bubo virginianus), também conhecida como corujão-orelhudo, jucurutu, mocho-orelhudo ou corujão-da-virgínia, é uma coruja de grande porte nativa das Américas. É uma ave extremamente adaptável com uma vasta distribuição, sendo a mais amplamente distribuída do continente. Sua alimentação consiste em coelhos e lebres e ratos, apesar de caçar livremente qualquer animal que consiga, incluindo roedores e outros pequenos mamíferos, mamíferos de médio porte, aves, répteis, anfíbios e invertebrados. Em estudos ornitológicos, a jacurutu é frequentemente comparada ao bufo-real (Bubo bubo), uma espécie proximamente aparentada, que, apesar do tamanho notavelmente maior, ocupa o mesmo nicho ecológico na Eurásia, e ao búteo-de-cauda-vermelha (Buteo jamaicensis), com o qual frequentemente compartilha habitat, presas e hábitos de nidificação similares, sendo assim um equivalente ecológico durante o dia. É uma das primeiras espécies a nidificar na América do Norte, pondo seus ovos semanas ou até meses antes de outras aves de rapina.

Nome Científico[]

Bubo-virginianus-1200x900

Seu nome científico significa: do (latim) bubo = coruja águia; e de virginianus = referente ou originário do estado da Virgínia nos Estados Unidos da América. ⇒ Coruja águia da Virgínia. “Great Horn Owl” ou “Eagle Owl” de Albin (1731), e “Strix capite auriculato, corpore ruffo” de Linnaeus (1746) (Bubo); “Great Horned Owl from Virginia” de Edwards (1731), “Bubo virginianus” de Brisson (1760).

Caracteristicas[]

Dimensões(Relativas):

Tamanho Total: 45-60 cm

Asas: 297-390 mm

Cauda: 175-250 mm

Bico: 43-52 mm

Peso: Machos 985-1585 g Fêmeas 1417-2503 g

Grande e imponente coruja, com orelhas proeminentes, grandes olhos amarelados e garras poderosas totalmente cobertas de penas.

Fêmeas maiores que machos. A cor em geral variando do cinza pálido ao marrom escuro. Partes inferiores barradas (claro e escuro). Garganta em branco puro bastante proeminente quando inflada (vocalizando).

Grande variedade de subespécies. No Brasil ocorrem B. v. nacurutu e B. v. deserti.

Voz: Repertório diversificado. O canto típico é uma sequencia de notas graves “huuu, huu-huuú, huuu, huuu” produzida geralmente com o bico fechado e a garganta inflada. O Macho normalmente emite 4 a 5 notas por sequencia e a fêmea, 6 a 9 notas mais agudas. O intervalo entre a sequencia de notas varia de acordo com o grau de excitação da ave.

Lenda[]

Antigamente, vivia no alto Uatumã um cacique antropófago que só se alimentava de carne de crianças, e que não dava trégua aos belicosos índios aruaques do norte amazônico. Seu nome era Jacurutu. Aconteceu que a partir de certa data, Jacurutu começou a comer os filhos dos índios Muras, seus lindeiros do sul. Os Muras foram ao pajé pedir auxílio para enfrentar aquele abominável vizinho. Vários feitiços foram feitos. Inúmeros emissários foram despachados, mas nada demovia o sanguinário Jacurutu.

E os “curumins” (meninos) continuavam desaparecendo. Desesperados, os Muras encarregaram o avô da tartaruga (yurará-ramonha), que tem um casco pegajoso, de se aproximar do cacique e armar-lhe uma cilada. O velho quelônio procurou, procurou e acabou encontrando Jacurutu. Conversou com ele. Ofereceu-lhe alguns ovos, e disse estar em missão de paz. Depois, falou:

- O Senhor está cansado, descanse o pé sobre minha carapaça.

Ao atender a sugestão do quelônio, Jacurutu ficou com o pé grudado no visgo do casco. Então, o avô da tartaruga arrastou para o rio o cacique, que pereceu afogado. Sentindo que ia morrer, Jacurutu deixou um recado aos Muras:

- “Meus netos - disse ele. Comi crianças, é verdade. Tinha para mim que eram da maldita raça aruaque. Só agora estou sabendo que elas eram Muras. Foi um lamentável engano. Sem dúvida, fui traído por Anang - o diabo. Peço que me desculpem e me vinguem. Não se esqueçam que o povo aruaque é o inimigo jurado da nação Mura, e que não vai descansar enquanto não destruir todas as aldeias de vocês.

- Como não posso restituir a vida de seus filhos - continuou Jacurutu, vou deixar-lhes uma herança, capaz de aperfeiçoar suas armas. Meu cadáver vai se transformar em planta. Meus braços, gerarão o pau vermelho do ipê, para os arcos; a taboca, para as flechas, e a paracuuba, para a ponteira das setas. De meus nervos sairá o tucum para a corda dos arcos; de meus cabelos, o fio de carauá para atar as penas, e de minha gordura, o óleo para lubrificar e amaciar a corda.” Dito isso, nunca mais se ouviu falar de Jacurutu e de seu “povo”. Os Muras aperfeiçoaram seu arsenal bélico.

0044 Jacurutu Feras 01

Destruíram os aruaques, e ficaram senhores absolutos do rio Negro. Mas eles notaram que foi, a partir dessa época, que apareceu na floresta uma ave estranha do tamanho de um tucano, que nidifica no oco dos paus. De dia, ela dorme em um tronco alto, e à noite passa caçando e gritando a onomatopéia de seu nome. Ouvindo-lhe a voz lúgubre, o índio interrompe qualquer atividade. Permanece parado, mudo, até que aquela ave agourenta pare o seu macabro recital. Os pajés dizem ser a alma penada de Jacurutu, que anda perdida pelos matos, cumprindo uma penitência imposta por Tupã.

( Amazônia Legendária - Altino Berthier Brasil - Ed. Posenato Arte & Cultura, 1999 )

Musica do Boi Garantido[]

Jacurutu gigante

Jacurutu - Boi Garantido

Jacurutu, pesadelo dos Mura A noite vem roubar As crianças da aldeia Coisa má, coisa má afasta pra lá (2x) É preciso te enfrentar

Jacurutu devasta plantação inteira Desafia a sabedoria dos feiticeiros Gigante covarde infame guerreiro É preciso te enfrentar

Fome sem fim coisa ruim Aiça, anati some daqui Anerê o avô das tartarugas Foi chamado para te vencer (2x)

E os feiticeiros acordaram Anerê Para o gigante prender O gigante Mateiro, vil, sorrateiro Afogou o anerê no fundo do rio Mal sabia que era seu fim A vingança começou assim De anerê sairam as plantas Para o pau vermelho dos arcos A paracuúba para as flechas A embira para as cordas E dos seus ossos, a taboca para as pontas

Atingido por mil flechas O gigante morreu Do seu sangue brotaram crianças E o amor mais puro cresceu (2x)

Fontes[]

https://www.letras.mus.br/garantido/986146/

http://alyssonneves.blogspot.com/p/lenda-do-jacurutu.html

https://www.wikiaves.com.br/wiki/jacurutu

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coruj%C3%A3o-orelhudo

https://www.youtube.com/watch?v=Jb92sRFw-4g

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bubo_virginianus_nacurutu

https://pt.wikipedia.org/wiki/Coruj%C3%A3o-orelhudo

Advertisement