Jaguaretê ou Jaguaretê Canibal é um índio que aparece nos contos de Maire-Atê, ele foi capaz de abusa sexualmente da esposa de Atê, no período em que ela estava fraca e gravida, e através dos seus poderes e abusos sexuais fez a esposa de Atê ter um segundo filho no ventre, dando a Atê um filho não legitimo, que ela amava tanto quanto o seu próprio mesmo sabendo, que era fruto de um abuso de Jaguaretê. Existem varias versões da morte desse vilão. Jaguaretê em muito outros mitos é chamado de ladrão dos deuses, sendo capaz de rouba o cajado do sol e a foice da lua. Chegou varias vezes a ajudar a Onça Celeste, nos seus planos de tornar o mundo um lugar escuro e sem vida, em favor de sua vingança a Jaci e Coaraci.
Jaguaretê e Esposa de Maire-Atê[]
A índia abandonou a oca certa de que suas desditas haviam chegado ao fim, mas ainda havia um mal maior guardado. Nem bem deixara o lugar quando deparou-se com um índio canibal. Ele se apresentou como Jaguaretê e disse que pretendia comê-la.
E tal como disse, assim o fez, de tal sorte que a pobre índia foi devorada até o último bocado pelo tal Jaguaretê e pelos da sua comunidade, conhecendo ali, finalmente, o fim das suas desditas.
Antes de devorar a índia, porém, o canibal retirou do ventre as duas crianças – o filho de Maire-Até e o do índio que a havia atacado – e atirou-as no monturo.
No dia seguinte, algumas índias piedosas recolheram as duas crianças.
Diz a lenda que, ao crescerem, os dois irmãos vingaram a morte da mãe atraindo o índio e os seus sequazes até uma ilha, onde lhes prometeram farta alimentação. Na travessia pela água, os canibais se transformaram em animais selvagens – possivelmente em jaguares, já que, segundo os estudiosos, o nome do líder Jaguaretê remete à figura do jaguar.
Maire-Até criou os dois filhos, o legítimo e o ilegítimo. O ilegítimo, como não podia deixar de ser, era discriminado em toda parte, sendo chamado de “o filho do gambá”.
Maire-Até educou-os, porém, da mesma maneira, impondo-lhes as provas rudes da selva. Numa dessas provas, os dois irmãos deveriam passar por entre duas rochas que tinham o poder de esmagar aqueles que tentassem passar entre elas. O filho do gambá foi esmagado ao tentar a proeza, enquanto o filho de Maire-Até saiu-se vitorioso. Penalizado, porém, do meio-irmão, o filho legítimo ressuscitou-o, pois possuía os dons mágicos da descendência de Monan, o semideus civilizador.
Mas havia, ainda, uma última prova: furtar os utensílios de pesca de Agnen, um ser mítico cuja ocupação principal era a de pescar o peixe Alain, alimento dos mortos.
Decidido a ter sucesso no seu furto, o filho legítimo de Maire-Até tornou-se um peixe e, depois de deixar-se pescar, furtou tudo quanto quis enquanto o pescador estava distraído.
O filho do gambá, porém, saiu-se mal ao tentar o mesmo estratagema, e acabou sendo morto mais uma vez. Felizmente, o seu irmão demonstrou novamente a sua generosidade e, depois de recolher as espinhas do filho do gambá – lembremos que ele se metamorfoseara em peixe –, assoprou sobre elas e o jovem retornou, desta forma, à vida.
Existem várias versões para essas proezas dos gêmeos míticos, que variam muito conforme a tribo, mas o certo é que são dois personagens fundamentais da religião indígena.
Fontes[]
https://pt.slideshare.net/CatarinaCartaxo/100-lendas-do-folclore-brasilei-as-franchini-2
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-indigena.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupinambás
https://2019/09/lenda-indigena-maire-monan-e-os-tres.html
Texto de A.S. Franchini em "As 100 Melhores Lendas do Folclore Brasileiro", L&PM Editores, Porto Alegre, 2011, excertos. Digitalizado, adaptado e ilustrado para ser postado por Leopoldo Costa.