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O Beijo da Encantadora, de Isobel Lilian Gloag (1890)

As lâmias (do grego laimos, "garganta") eram seres imaginados pelos gregos como mulheres belas e fantasmagóricas, que devoravam crianças ou que, com artifícios sensuais, atraíam os jovens a seus leitos para devorá-los ou sugar-lhes o sangue.

Presume-se que podiam tomar forma humana, mas supunha-se que, ao atingir seu objetivo, retornavam à sua forma verdadeira de mulher-serpente, ou de uma besta quadrúpede e feroz.

Na Alta Idade Média, o termo lâmia referia-se a espíritos que voavam a noite, do folclore popular. Depois de 1450, as lâmias começaram a aparecer em tratados inquisitoriais de feitiçaria, referindo-se a feiticeiras. Alguns deles derivavam erradamente seu nome do latim laniare ("lanhar"), porque as bruxas, segundo os autores, devoravam carne humana.

Os mitos de Lâmia[]

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Lâmia, de John William Waterhouse (1909)

Segundo um mito, Lâmia foi originalmente uma rainha da Líbia, filha de Poseidon e Líbia, com quem Zeus teve relações. Hera, enciumada, a transformou em monstro e matou a seus filhos (exceto Cila e Aquileu, segundo algumas versões) e a condenou a não poder fechar os olhos de forma que sempre estivesse obsedada pela imagem dos filhos mortos. Zeus amenizou seu sofrimento dando-lhe o poder da profecia e a capacidade de tirar e pôr os olhos quando quisesse descansar, mas Lâmia invejava as outras mães e devorava seus filhos.

Na Vida de Apolônio, de Filóstato, conta-se que, em Corinto, uma lâmia tomou a forma de uma fenícia bela e rica, rodeada de servos e tesouros ilusórios, para seduzir Menipo, discípulo de 25 anos do profeta pagão Apolônio de Tiana. Na véspera do casamento, Apolônio a reconheceu e denunciou, obrigando-a a desfazer seu disfarce e confessar que pretendia devorar o belo Menipo.

Nas Metamorfoses, de Antoninus Liberalis (século II), Lâmia, também chamada Síbaris, era uma mulher-serpente que vivia em uma caverna do monte Crífis e dizimava homens e rebanhos de Delfos, na Fócida, até ser morta por um herói chamado Euríbaro. Apaixonou-se por um jovem chamado Alcioneu, que ia ser sacrificado ao monstro e ofereceu-se para ser levado em seu lugar. Ao chegar à caverna, agarrou Lâmia e a jogou das rochas. Onde ela tombou, surgiu uma fonte conhecida como Síbaris, que mais tarde deu nome a uma cidade da Itália.

Representações das lâmias[]

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Representação de lâmia como quadrúpede

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Lâmia, de Veronica Aldous

É possível que Lâmia fosse originalmente um monstro marinho semelhante a um tubarão - em grego, a palavra lamia refere-se também a um tubarão grande e solitário.

Nos mitos gregos e medievais, porém, as lâmias são geralmente representadas como belas mulheres da cintura para cima e serpentes da cintura para baixo.

No século XVII, as lâmias foram também descritas como seres quadrúpedes, com garras nas patas da frente, cascos nas patas traseiras, cobertos de escamas, com cabeça e seios de mulher e pênis de homem (embora fossem fêmeas).

Lamias no folclore grego moderno[]

No folclore da Grécia moderna, Lâmia é uma ogra suja, estúpida, glutona e antropófaga que vive em uma casa ou torre remota, come carne humana e tem habilidades mágicas. Nos contos de fadas, o herói precisa evitá-la, enganá-la ou cair em seu favor para conseguir algum objeto mágico ou informação crucial. Em alguns contos, a lâmia tem uma filha que também é mágica e ajuda o herói, eventualmente apaixonando-se por ele.

Em grego moderno, a expressão "της Λάμιας τα σαρώματα" ("varrida de Lâmia"), refere-se a negligência e desmazelo e se diz "τό παιδί τό 'πνιξε η Λάμια" ("a criança foi estrangulada pela Lâmia") para a morte súbita de uma criança no leito.

Criatura[]

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Lâmia (em grego: Λάμια), na mitologia grega, era uma rainha da Líbia que se tornou um demônio devorador de crianças. Chamavam-se também de lâmias um tipo de monstros, bruxas ou espíritos femininos, que atacavam jovens ou viajantes e lhes sugavam o sangue. Diversas histórias são contadas a respeito de Lâmia. Sua aparência também varia de lenda para lenda. Na maior parte das versões, contudo, seu corpo, abaixo da cintura, tem a forma de uma cauda de serpente. Esta versão popularizou-se especialmente a partir do poema Lamia, publicado pelo inglês John Keats em 1819. Diodoro Sículo, por sua vez, a descreve como uma mulher de rosto distorcido

Lâmia na Bíblia[]

Na Vulgata, a tradução da Bíblia por São Jerônimo, o nome de Lilith foi traduzido por Lâmia em uma passagem do livro de Isaías, 34:14: "Nela (a terra de Edom) se encontrarão cães e gatos selvagens, e os onocentauros chamarão uns pelos outros; Lâmia freqüentará esses lugares e neles encontrará o seu repouso".

Lâmias búlgaras[]

No folclore búlgaro, a lâmia é uma criatura com muitas cabeças, que crescem outra vez se forem cortadas. Vive em cavernas ou no subsolo e atormenta os povoados alimentando-se do sangue das pessoas ou matando mulheres jovens. Em algumas historias tem asas, em outras, sua respiração é de fogo.


Referências[]

https://mbasic.facebook.com/photo.php?fbid=123058077877608&id=121181151398634&set=a.121191861397563&refid=13&__tn__=%2B%3E

  • Theoi: Lamia [1]
  • Theoi: Empusa & Lamiai [2]
  • D. J. Conway, Magickal, Mystical Creatures, St. Paul: Llewellyn Worldwide, 2001
  • Wikipedia (em castelhano): Lamia [3]
  • Wikipedia (em inglês): Lamia [4]

Veja também[]

Empusa

Lamiak

Mouras encantadas

Pirene

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