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Maria Navalha

Muito se pergunta sobre quem é Maria Navalha na umbanda, até porque, sua principal referência é justamente o seu nome. Pois gera dúvidas como “por que a navalha?”, mas calma, ela não era nenhuma assassina ou algo assim. Na verdade Maria “Navalha” era a princípio um apelido, ou codinome se preferir, pois em dado momento de sua vida ela escapou de uma situação extrema, e após esse momento passou a andar sempre com uma navalha com ela

Conto[]

Maria Navalha não era conhecida por sua força física, mas por sua sabedoria e destreza com uma pequena lâmina que ela sempre carregava. Nascida em uma vila simples à beira de um rio tranquilo, sua habilidade com a navalha não era fruto de violência, mas de precisão e equilíbrio, como alguém que domina a arte de guiar sem ferir. Desde cedo, Maria acreditava que as pessoas poderiam ser transformadas com cuidado, assim como a lâmina transforma o bloco bruto de madeira em uma peça refinada.

Com o tempo, Maria foi se distanciando das tarefas diárias da vila e passou a vagar pelas margens do rio. Lá, ela escutava o sussurro das águas e o canto dos ventos, encontrando uma espécie de sabedoria ancestral que muitos na vila ainda não compreendiam. Ela se tornara uma guia espiritual para os que se perdiam nos próprios caminhos, ensinando que a lâmina que carregava era símbolo de discernimento — capaz de cortar aquilo que já não servia, mas nunca ferir o que precisava crescer.

Um dia, um grupo de viajantes chegou à vila, com a alma pesada e corações inquietos. Buscavam respostas, mas se encontravam afundados em desespero e dúvidas. Ao saberem de Maria Navalha, pediram por sua orientação. Ela os recebeu em uma clareira à beira do rio, sentada em uma grande pedra que parecia parte da paisagem.

Em silêncio, ela retirou sua navalha do cinto e, com um movimento delicado, cortou um pequeno ramo de uma árvore próxima. "Assim como a navalha separa o que está preso, nós também podemos nos libertar daquilo que nos impede de crescer", disse calmamente. "O segredo não está em lutar contra as correntes, mas em ouvir o que o rio nos ensina sobre seguir o fluxo."

Durante os dias seguintes, Maria guiou os viajantes em caminhadas pelo rio e em momentos de introspecção. Ela os ajudava a cortar, não com lâminas, mas com decisões conscientes, as amarras emocionais que carregavam. Aos poucos, seus semblantes mudavam, e o peso que traziam parecia ser levado pelas águas, assim como as folhas que desciam o rio.

Quando os viajantes partiram, deixaram para trás a sensação de terem sido tocados por algo maior do que palavras. Maria Navalha não cortava apenas matéria — ela guiava almas, ajudando a encontrar o caminho de volta para si mesmas, com leveza e a precisão de quem conhece o valor de cada escolha.



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