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Revisão das 20h29min de 12 de setembro de 2019
Oceano (do grego Ὠκεανός, Okeanós) era um dos titãs, filho de Urano e Gaia, personificação de um imaginário rio de água doce que rodearia o mundo habitado. Ésquilo em Prometeu Acorrentado, 138-140, refere-se a Oceano, cujo curso, sem jamais dormir, gira ao redor da Terra imensa. Unido à sua irmã Tétis (titânida), que aparentemente distribuía suas águas por meio de cavernas subterrâneas aos filhos do casal que, segundo a Teogonia de Hesíodo, incluíam três mil deuses-rios e de igual número de oceânidas.
Oceano também foi visto como o deus que regulava o nascer e o pôr dos astros que, segundo se supunha, emergiam e submergiam em seu reino aquoso nos confins da terra.
Nas margens do Oceano e em suas ilhas, encontravam-se muitos lugares míticos, inclusive o Reino de Hades. Tal conceito torna compreensível geografia das gestas de Héracles e de Odisseu, que se deslocam de um ponto cardeal a outro pelo Oceano, bem como a localização dos Jardins das Hespérides, das Górgonas, de Ogígia e dos Hiperbóreos.
Oceano pode ter sido identificado com Ofião, titã que nos mitos órficos governou os céus antes de ser derrotado e atirado por Cronos ao rio que circunda o mundo.
A partir da época helenística, quando mudaram as concepções cosmológicas dos gregos, Oceano passou a ser identificado com os grandes corpos de água salgada que vieram a ser conhecidos pelos gregos, o Atlântico (também conhecido como "Mar Oceano") e o Índico , enquanto Posídon passou a ser considerado como o deus do Mar Mediterrâneo. Oceano passou a ser representado com atributos marinhos, Tétis se tornou representação da fecundidade do mar e as oceânidas, ninfas do mar aberto.
Etimologia
Segundo Carnoy, a variante dialetal Ôgênos sugere que os pelasgos tomaram por empréstimo aos sumérios o termo Oginos, adaptando-o à sua língua. Desse modo se teria, na língua pré-grega dos pelasgos, um prefixo *ô, seguido de um derivdo em *-ano, precedido de um radical *keu-, correspondente ao indoeuropeu *geu, "rodear", "circular", "contornar", donde "Oceano seria o rio-serpente que circula o globo terrestre", representando seu homônimo oriental sumério.
Iconografia
Um vaso de 580 a.C. o mostra Oceano no casamento de Peleu e Tétis (nereida) com uma cauda de serpente, levando um peixe numa mão e uma serpente na outra, para representar abundância e profecia. Outras vezes, era representado como os outros deuses-rios, ou seja, era representado da cintura para cima como um homem musculoso com chifres e barba longa e da cintura para baixo como uma serpente.
Nos mosaicos helenísticos e romanos, Oceano recebeu atributos mais marcadamente marinhos. No lugar dos chifres, tinha frequentemente garras de caranguejo e também podia carregar um remo e embalar um navio.
Mitos
- Segundo a mitologia, Oceano recusou-se a ficar ao lado de Cronos em sua revolta contra o pai Urano. Na maioria das variantes da guerra entre os Titãs e os Olímpicos, a Titanomaquia, Oceano, assim como Prometeu e Têmis, também não toma partido e permanece à margem do conflito.
- Na Ilíada, o escudo de Aquiles, forjado por Hefesto, é cercado, como o próprio mundo que representa, pelo Oceano: Na orla esculpiu do enorme rijo escudo / A ingente força do Oceano rio. Hera, ao pedir licença a Zeus para ausentar-se, alega que vai visitar Oceano para reconciliá-lo com Tétis:
- Concede-me os desejos com que dornas
- Humanos e imortais: aos fins do globo
- Visitar o Oceano pai dos deuses
- E a mulher madre vou, que em seus palácios,
- Tomada a Reia, me criaram, quando
- Exul a terra e ao mar ínsemeável
- A Saturno arrojou previsto Jove:
- Congraçá-los pretendo; há largo tempo
- Do amor se abstém, de cólera assaltados.
- Se os reduzo no leito a se afagarem,
- Ser-lhes-ei cara sempre e veneranda.
- Em sua viagem às Hespérides, Héracles forçou Hélios a emprestar-lhe sua tigela dourada para cruzar o Oceano. Quando este começou a sacudir a tigela, Héracles o ameaçou e acalmou suas águas. A jornada de Héracles na tigela do sol sobre Oceano é um tema frequente nas pinturas de vasos áticos.