Um misterioso pilão de fogo que aparece rolando pelas estradas, atrapalhando os viajantes e, algumas vezes, perseguindo-os com um barulho atordoante. Também surge coberto de fogo e, nesta forma, costumava acompanhar os tropeiros.
Ocorre, principalmente, no estado de São Paulo. Luís da Câmara Cascudo informa ser uma variante do boitatá.
Um pesado pilão de madeira branca e ornamentos simbólicos, com mais de 100 quilos, aparece rodopiando e soprando fogo. Sua mão de pilão voa ao seu lado envolta em chamas. Se desloca rodopiando ou rolando e provoca um som ensurdecedor, capaz de ser sentido até mesmo na alma de quem o escuta, ao bater o bastão no fundo de sua cavidade.
Essa assombração tem origem em terras onde humanoides tenham sido forçados a trabalhar em regime de escravidão, moendo grãos, como café e milho, em imensos pilões de madeira, ao ponto de morrerem de exaustão. Com o tempo, aparições na forma de pilões malditos aparecem cuspindo o fogo do inferno, prontos a fazer sofrer qualquer um que se colocar em seu caminho.
Um pilão de fogo costuma vagar durante a noite por estradas ou centros de antigas cidades, atacando qualquer pessoa, animal ou objeto que encontrar, desde barracas de feira até viajantes desaviados. Evitam lugares consagrados por magias benignas e são, normalmente, solitários.
Referência[]
- Luís da Câmara Cascudo. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 10ª ed. São Paulo: Ediouro, 1952.
GARCIA, Juliana. Minha Coleção De Mitos Do Folclore Brasileiro. 1ª Ed. São Paulo: Editora Caramelo, 2014.
TAVARES DE LIMA, Rossini. Mitos do Estado de S. Paulo. Revista do Arquivo Municipal Vol 117 - 120. São Paulo: Arquivo Municipal, 1947.
Paraitinga Turismo: Aventura & Descobertas. Lendas da Cidade. In: <http://www.paraitinga.com.br/slparaitinga/A_Cidade/Folclore/255/Lendas>. Acesso em 18 de Jan 2012.