Sirenas (Σειρήν, Seirến, em grego) é um ser da mitologia grega descritos como parte mulher, parte pássaro. O grego Σειρήν pode estar relacionado ao proto-indo-europeu *twer-, "encadear", presente na palavra grega seirá, "liame", "corda", "laço", "armadilha" - seria aquela que encadeia, atrai os homens, principalmente no mar.
Durante a Idade Média, a evolução do mito a transformou e mulheres-peixe e lhe deu outras características, mas este verbete trata apenas da concepção grega. Para a concepção medieval e moderna, as sereias.
Conforme a versão, as sirenas são ditas filhas do deus-rio Aquelôo e da musa Melpômene, ou de Aquelôo e Estérope, ou da ninfa Fórcis e do monstro marinho Ceto, ou de Eagro e da musa Calíope.
Há duas versões sobre sua origem:
- Eram belas jovens do séquito de Coré - Perséfone. Quando Hades raptou Coré, elas suplicaram aos deuses que lhes concedessem asas para procurá-la na terra, no céu e no mar. Deméter, irritada por não terem impedido o rapto da filha, as transformou em almas-pássaros.
- Afrodite as transformou em aves por elas desprezarem os prazeres do amor, tornando-as frígidas da cintura para baixo. Desejavam o prazer, mas, não podendo usufruí-lo, atraíam e prendiam os homens para devorá-los [1].
Mais tarde, elas desafiaram as Musas, que venceram e exigiram uma coroa feita com as plumas das sirenas. Retiraram-se então para as costas do sul da Itália, perto dos estreitos onde viviam Caríbdis e Cila. Encantavam os marinheiros com sua música harmoniosa, sentadas em uma pradaria sobre a ilha de Antemoessa, junto a uma pilha de esqueletos humanos e corpos em putrefação. Elas não os devoravam, deixavam isso a outras aves que as acompanhavam.
Atraíam os tripulantes dos navios que passavam por ali e os navios, abandonados, colidiam com os rochedos e afundavam. Odisseu escapou de seu encanto colocando cera nos ouvidos dos seus marinheiros e amarrando-se ao mastro para poder ouvi-las sem atirar-se n'água para alcançá-las.
Segundo a versão mais antiga, eram duas:
- Lígia (A Melodiosa)
- Partênope (A Aparência de Jovem)
Mais tarde, foi acrescentado um terceiro nome:
- Leucósia (A Branca)
Dizia-se então que Partênope dedilhava a lira, Leucósia cantava e Lígia tocava flauta [2].
Uma versã do mito diz que as sereias deixariam de viver se alguém escapasse a seu encanto. Com o truque de Odisseu, atiraram-se ao mar e transformaram-se nas ilhas Sirenusas, hoje ilhas de Galli, ao norte do golfo de Pestum, nas costas da Campânia. O corpo de uma delas, Partênope, foi lançado à costa, onde lhe ergueram um túmulo. Lá se construiu, mais tarde, a cidade de Nápoles, também chamada Partênope [3].
Outros nomes de sirenas ou sereias citados na literatura clássica são:
- Aglaófone (A Bela Voz)
- Aglaope (A Bela Aparência)
- Himéropa (A Doce Visão)
- Pisínoe (A Persuasiva)
- Diopátre (A Divina)
- Telxiépie/Telxíope (A Encantadora)
- Thelxíno (A Perturbadora)
- Molpe (O Estranho Canto)
- Raidné (O Progresso)
- Thélia (A Perfeição)
Em fins do século V a.C., as sirenas substituíram as efígies tradicionais das Esfinges nas lápides funerárias, por possuírem o dom da música e a faculdade de tocar flauta, indispensáveis nos rituais das lamentações pelos mortos.