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Thevathat

Siddharta protege uma ave ferida de Thevathat, em ilustração vietnamita

No seu Dicionário Filosófico, Voltaire referiu-se a um suposto deus do Sião chamado Sammonocodom, que nasceu de uma virgem, foi criado em uma flor e ditou vários preceitos a seu povo. Sammonocodom tinha um irmão mau, mais novo, chamado Thevatat, que foi condenado e crucificado e foi parar no inferno, onde está até hoje.

Por isso, os siameses teriam rido dos missionários cristãos quando estes vieram lhe pregar a crença em um Deus crucificado. Para eles, o irmão de um Deus poderia ser crucificado, mas não o próprio Deus.

Na verdade, Sammonocodom (também Somonacodom, Sommonokhodom, Sommona-codom, Somma Cuddom) é uma corruptela de um dos títulos de Gautama Buda em páli, Somana-kotamo, ou seja (em sânscrito) S'ramaṇa Gautama, "O Ascético Gautama". Segundo uma tradição budista, ele tinha um irmão chamado Thevathat, que passou por tantas reencarnações quanto ele, nascendo sempre ao mesmo tempo. Thevathat aspirava à divindade, mas era sempre inferior ao irmão. Incapaz de suportar um superior, jamais se submeteu a seu irmão e conspirava contra ele, hegando a matá-lo quando eram ambos macacos.

Sendo astuto e bem-falante, um dia Thevathat encontrou os meios de fundar uma nova seita e conquistou muitos príncipes e nações para seguir sua doutrina, o que dividiu o mundo em dois partidos. Essa oposição a seu irmão lhe trouxe uma severa punição, pois quando seu irmã se tornou deus, Thevathat foi lançado em uma das regiões do inferno, pregado em uma cruz, coroado com espinhos, coberto de feridas e colocado sobre um fogo eterno que jamais o consome.

Referências[]

  • Voltaire, Dictionnaire Philosophique [1]
  • Henry Yule Hobson-Jobson, "A Glossary of Colloquial Anglo-Indian Words and Phrases" [2]
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