
Tigre de Bengala
O tigre (Panthera tigris) é um mamífero selvagem, pertencente à família dos felídeos ou felinos.
Seu hábitat incluía originalmente o extremo leste da Sibéria, Manchúria, Leste da China, Indochina, Índia, Birmânia, Sumatra, Java, Bali e Ásia Central do Cáucaso ao Sinkiang, em qualquer parte em que houvesse água, cobertura vegetal e presas adequadas, a altitudes de até 3.000 m. Nas últimas décadas, restringiu-se drasticamente e registrou-se a extinção de várias subespécies.
Nomes em outras línguas: tiger (inglês), tijger (holandês), Tiger (alemão), tigris (grego e latim), vyaghra (sânscrito), bagh (hindi, bengali), puli (tâmil), kaplan (turco), rimau ou harimau (malaio), babr (farsi e árabe), horang’i (coreano), hu ou lao hu (chinês), tora (japonês), seua (thai), tag (tibetano), sua khong (laociano).
O Tigre no mito e no folclore[]
No Ocidente, o tigre evoca principalmente idéias de rancor, despotismo e ferocidade, sem a majestade atribuída ao leão. Nos bestiários medievais, afirmava-se que o tigre era extraordinariamente feroz e ágil e que a única maneira de fugir dele era deixar espelhos para trás. O tigre seria distraído por seu próprio reflexo, pensando tratar-se de um filhote.

"Tyger", representação heráldica medieval de um tigre
A imaginação europeia medieval geralmente representou o tigre sem listras e com uma espécie de garra no focinho, uma figura que na heráldica inglesa é chamada tyger, para distingui-la da imagem realista do tigre (tiger).
Na cultura hindu, a pele do tigre é um troféu de Shiva e o tigre é a montaria da deusa Shakti ou Kali. Animal caçador, é símbolo da casta guerreira na Índia.
Na Malásia, acreditava-se que o xamã tem o poder de transformar-se em tigre e, na Indonésia, acreditava-se que era a reencarnação dos antepassados.
O nome grego tigris parece vir do persa tighri, “flecha”, em alusão à agilidade do animal. Da mesma forma, o rio Tigre, da Mesopotâmia, teria recebido esse nome por sua corrente ser rápida em comparação à do vizinho Eufrates.
Na China, o tigre é visto como o rei dos animais e, em tempos antigos, recebia sacrifícios em sua homenagem. É também um símbolo de bravura, capaz de afastar demônios: “os cinco tigres” é o nome dado a famosos guerreiros que defenderam a China. O tigre branco representa o outono e o Oeste e seu aparecimento é considerado uma prova da virtude do Imperador. No sul da China, acredita-se que os membros de certas minorias étnicas transformam-se em tigres. Várias partes do tigre foram utilizadas na farmacopéia e na culinária chinesa tradicional, o que foi uma das razões de sua virtual extinção no país.
Segundo o historiador grego Pausânias (século II d.C.), a martícora ou mantícora deve ter sido, na realidade, uma descrição deformada e exagerada do tigre indiano. Seu nome original em grego era martikhoras ou martícora, que vem do persa martya, "homem" e xvar, "comer", ou seja, papa-homens. Ela foi citada pela primeira vez nas anotações sobre a Índia de Ctésias, um médico grego que trabalhou na corte do imperador persa Artaxerxes II, no século IV a.C.
O animal real[]
Os tigres são animais normalmente solitários, exceto durante a curta estação de reprodução. A extensão do território é muito variável: na Índia, observam-se territórios de 64 km² a 9.522 km² (geralmente, de 200 km² a 1.000 km²); na Malásia, em torno de 380 km²; na Ásia Central, em torno de 1.000 km²; na Manchúria, de 2.000 km² a 4.000 km², chegando às vezes a 10.500 km². Dentro de seu território, o tigre tem um ou mais refúgios, que podem incluir cavernas, árvores ocas e esconderijos entre arbustos e rochas ou debaixo de árvores caídas.
Tigres podem saltar distâncias de 8 m a 10 m, embora geralmente não passem de 5 m a 6 m. Não costumam subir em árvores, mas podem fazer isso se necessário (para fugir de uma inundação, por exemplo). Gostam de água e nadam muito bem: cruzam rotineiramente rios de 6 km a 8 km de largura e podem nadar até 29 km, pelo menos.
Caçam normalmente à noite, quando a maioria dos ungulados estão ativos. Suas presas incluem javalis, cervos, cavalos, tapires, antílopes, bovinos e búfalos. Embora sejam excelentes caçadores, apenas uma em cada 10 a 20 caçadas é bem-sucedida. Na maioria dos casos, o tigre aproxima-se silenciosamente por trás ou pelo lado e corre para a vítima de tão perto quanto possível, procurando derrubá-la com o impacto enquanto a estrangula mordendo-lhe o pescoço. Os caninos do tigre são os maiores dentre os felinos modernos, chegando a 7,5 cm na subespécie siberiana.
A caça abatida é carregada ou arrastada para um lugar seguro, às vezes por centenas de metros. A quantidade de carne normalmente comida em uma refeição varia de 18 kg a 40 kg; em cativeiro, tigres consomem 5 kg de carne por dia.
Os tigres que se tornam caçadores de homens operam em áreas particularmente extensas (milhares de km²) e costumam caçar de dia (ao contrário dos leopardos, que emboscam homens à noite). Mostram um surpreendente conhecimento do comportamento humano e sabem distinguir um homem armado de uma vítima indefesa. Um tigre famoso chegou a matar 430 pessoas (234 delas em quatro anos). Geralmente, são tigres envelhecidos ou feridos por balas ou espinhos de porco-espinho, que têm dificuldades em perseguir suas presas normais, mas um tigre saudável também pode recorrer à carne humana se suas presas normais se tornam demasiado escassas.
A gestação dura 95 a 112 dias e nascem dois a quatro filhotes por ninhada. Os filhotes nascem com peso de 0,8 a 1,6 kg. São desmamados aos seis meses e atingem a maturidade sexual em 3 a 4 anos (fêmeas) ou 4 a 5 anos (machos). Em cativeiro, vivem até 26 anos.
Distribuição e características[]
A coloração dos tigres é normalmente castanho-amarelada nas áreas mais tropicais e alaranjada nas mais frias, com o ventre mais claro e com faixas negras ou marrons (estas mais comum no norte).
Existem na Índia tigres brancos que não são albinos, pois têm faixas escuras e olhos azuis e tigres “dourados”, com pelo amarelo-claro. Da China, há relatos de tigres “azuis”, com cor de fundo azulada e listras cinza-escuro.
Também já se viu tigres negros com listras claras (amarelas ou negras) e tigres sem listras, amarelos, negros ou brancos. São variações individuais que não caracterizam subespécies.
O comprimento do pelo varia de 7 mm a 20 mm no dorso e 15 mm a 35 mm a barriga nas subespécies tropicais; e de 40 mm a 60 mm no dorso e 70 mm a 105 mm na barriga nas subespécies de clima frio.
Os territórios ocupados pelos tigres retraíram-se rapidamente desde o final do século XIX e hoje a espécie está seriamente ameaçada de extinção. Três das oito subespécies conhecidas já desapareceram totalmente. A maioria dos poucos milhares de sobreviventes vive na Índia, Bangladesh, Nepal, Malásia e Sumatra. Há pouco mais de 100 no extremo leste da Sibéria e Manchúria e talvez algumas dezenas no sul da China.
White Tiger loves her ball!
tigre branco
Buffalo Zoo-Golden Tiger
tigre dourado
Subespécies[]
Conhecem-se as seguintes subespécies (raças naturais) de tigres:
- Panthera tigris altaica (tigre siberiano) - Extremo leste da Sibéria, Manchúria e Coréia. Massa média: macho: 235 kg; fêmea 129 kg. Comprimento: macho 2,13 m, mais cauda de 0,85 m; fêmea 1,84 m, mais cauda de 73 cm. É a maior das subespécies de tigre e o maior felino da atualidade. Hoje é encontrado em estado selvagem apenas no extremo leste da Sibéria, além do rio Amur, onde vivem uns 150. Há também 500 a 700 espalhados por zoológicos de todo o mundo. Pelo longo e espesso, amarelado no inverno e avermelhado no verão. O maior já medido desta subespécie tinha 3,35 m de comprimento total (cerca de 2,4 m sem a cauda) e o mais pesado chegou a 306 kg.
- Panthera tigris virgata (tigre do Cáspio) - Afeganistão, Irã, Turquia, Mongólia e Ásia Central. Massa média: macho: 202 kg; fêmea 107 kg. Comprimento: macho 2,02 m, mais cauda de 0,81 m; fêmea 1,78 m, mais cauda de 0,71 m. Esta subespécie extinguiu-se na década de 1970. De pelo longo e espesso, era semelhante ao tigre siberiano, mas ligeiramente menor. Listras mais estreitas e de cor parda, pouco marcadas. Até a Idade Média, era a única subespécie conhecida (muito vagamente) pelos europeus.
- Panthera tigris tigris (tigre de Bengala) - Índia, Bangladesh, Nepal, oeste da Birmânia e Punjab (Paquistão). Massa média: macho: 215 kg; fêmea 126 kg. Comprimento: macho 2,07 m, mais cauda de 0,83 m; fêmea 1,80 m, mais cauda de 72 cm. É a subespécie hoje mais conhecida de tigre. No final do século XIX, havia 100 mil deles; hoje acredita-se que ainda existam 3 mil a 5 mil exemplares na Índia. Pelagem alaranjada ou marrom-avermelhada, barriga branca, orelhas pretas com manchas brancas do lado de fora e brancas por dentro. O maior já medido desta subespécie tinha 3,10 m de comprimento total (cerca de 2,2 m sem a cauda) e o mais pesado chegou a 258 kg.
- Panthera tigris corbetti (tigre indochinês) - Indochina, oeste da Birmânia, extremo sul da China e Malásia. Massa média: macho: 171 kg; fêmea 114 kg. Comprimento: macho 1,93 m, mais cauda de 77 cm; fêmea 1,73 m, mais cauda de 69 cm. A população remanescente é estimada em 1.000 a 1.800 indivíduos. De cor mais escura que o tigre de Bengala, mas um pouco mais clara que o chinês.
- Panthera tigris amoyensis (tigre chinês) - Leste da China. Massa média: macho: 151 kg; fêmea 107 kg. Comprimento: macho 1,76 m, mais cauda de 71 cm; fêmea 1,64 m, mais cauda de 66 cm. Caracterizado por listras espaçadas e de tamanho relativamente pequeno, é visto como a forma ancestral e primitiva de todos os tigres. Restam apenas 20 ou 30 espécimes deste tigre no seu hábitat natural (no sul da China, províncias de Kuangsi e Cantão), mais uns 50 em zoológicos da China.
- Panthera tigris sumatrae (tigre de Sumatra) - Ilha de Sumatra. Massa média: macho: 118 kg; fêmea 91 kg. Comprimento: macho 1,69 m, mais cauda de 68 cm; fêmea: 1,59 m, mais cauda de 64 cm. Menor que o tigre de Bengala (é a menor subespécie ainda viva) tem faixas mais juntas, bigodes longos, pelo espesso na bochecha e curto no pescoço. Alguns o consideram uma espécie distinta, devido à sua distância genética das outras subespécies vivas. Restam cerca de 650 exemplares.
- Panthera tigris sondaica (tigre de Java) - Ilha de Java. Massa média: macho: 119 kg; fêmea 93 kg. Comprimento: macho 1,70 m, mais cauda de 68 cm; fêmea: 1,60 m, mais cauda de 64 cm. Semelhante ao tigre de Sumatra, mas com listras pretas mais numerosas e mais próximas entre si e com bigodes ainda mais longos. Provavelmente extinguiu-se nos anos 70, mas ainda não foi declarado oficialmente extinto.
- Panthera tigris balica (tigre de Bali) - Ilha de Bali. Massa média: macho: 95 kg; fêmea 72 kg. Comprimento: macho 1,61 m, mais cauda de 64 cm; fêmea: 1,43 m, mais cauda de 57 cm. A menor das subespécies de tigre, do tamanho de um leopardo. O último deles foi caçad
Indian Tiger (Panthera tigris tigris)
Pair of Siberian Tigers Explore In the Snow...in HD!
tigres siberianos
Sumatran tiger (Panthera tigris sumatrae)
(Panthera tigris sumatrae) Tigre de sumatra
Híbridos[]
- Ligre - O cruzamento de um leão com uma tigresa origina um ligre, animal que cresce continuamente até a morte (porque o gene inibidor do crescimento está presente apenas no tigre macho e na leoa) e chega a pesar 450 kg. Rugem como leões e gostam de nadar como os tigres, mas tendem a ser mais mansos que ambos. É às vezes criado por circos e colecionadores de animais por sua aparência impressionante, mas zoólogos e zoológicos sérios condenam essa prática. O macho chega em média a 400 kg, com 2,50 m de comprimento, mais cauda de 1 m;a fêmea a 250 kg, com 2,10 m, mais cauda de 1 m.
- Tigão - O cruzamento do tigre com a leoa origina um tigão, que é bem menor, pois herda genes inibidores do crescimento de ambos os pais. Massa média: macho: 150 kg; fêmea 100 kg. Comprimento: macho 1,75m, mais cauda de 75 cm; fêmea: 1,55 m, mais cauda de 75 cm.